Agência France-Presse
postado em 01/05/2017 13:52
Combatentes apoiados pela coalizão internacional na Síria atacaram nesta segunda-feira os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) nas últimas trincheiras em Tabqa, cidade chave no caminho rumo a Raqa, seu principal reduto no país em guerra.
As Forças Democráticas Sírias (FDS), uma aliança de soldados curdos e árabes, controlam agora 80% de Tabqa e arrancaram uma grande bandeira do EI que ondeava nesta cidade do norte da Síria. Apoiadas pelo ar pela coalizão internacional dirigida pelos Estados Unidos e por terra pelos assessores militares americanos, as FDS lançaram no dia 6 de novembro uma grande ofensiva para recuperar Raqa.
Desde então, conseguiram se apoderar de zonas em direção à capital do EI na Síria. Tabqa, onde as FDS entraram pela primeira vez há uma semana, constitui uma importante linha de defesa para Raqa, situada 55 km mais a nordeste, e capital da província de mesmo nome controlada em sua maioria pelo EI desde 2014.
Os combatentes curdos e árabes avançam do sul ao norte de Tabqa, encurralando o EI em dois últimos bairros contíguos às margens do rio Eufrates, disse à AFP o diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman. "As FDS já controlam 80% de Tabqa", declarou. "Em toda a cidade, o EI possui apenas os dois distritos de Wahda e Hurriya", indicou Abdel Rahman. Segundo sua ONG, 35 extremistas morreram na batalha nas últimas 24 horas.
;Daesh está acabado;
Na rotatória de al Alam, no oeste de Tabqa, um soldado das FDS subiu em uma escada colocada em um alto poste para arrancar a bandeira negra do EI que ondeava no céu da cidade. "Retiramos a bandeira do Daesh e vamos colocar a nossa, a das FDS", indicou à AFP um dos combatentes, Zaghros Kobane. "O Daesh - acrônimo em árabe do EI - está acabado", afirmouEm Tabqa, onde vivem 85.000 pessoas, incluindo os extremistas, famílias inteiras fugiram diante do avanço das FDS, levando consigo galões com gasolina, malas e cobertores. Mas outros civis decidiram permanecer nos bairros conquistados pela aliança curdo-árabe.
A cidade, que foi uma base do EI e chegou a abrigar a principal prisão do grupo extremista, está situada perto de uma grande represa, ainda em poder dos combatentes radicais. Para ultrapassar este obstáculos, as FDS utilizam embarcações improvisadas no lago Assad, uma enorme reserva criada no rio Eufrates, com o objetivo de abastecer seus companheiros de armas.