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Estudantes nigerianas sequestradas esperam para encontrar famílias

As adolescentes foram libertadas no sábado, depois de semanas de negociações, em troca de vários combatentes jihadistas detidos pelas autoridades nigerianas

Agência France-Presse
postado em 10/05/2017 10:53
As 82 estudantes nigerianas que foram libertadas do grupo extremista islâmico Boko Haram depois de mais de três anos de cativeiro, vão ter que esperar antes de retornar para suas famílias, declarou nesta quarta-feira à AFP um representante dos pais.

Yakubu Nkeki, líder do "coletivo de pais das meninas sequestradas de Chibok", afirmou que as famílias só poderão ver suas filhas com uma autorização do governo.

"Isso pode levar algum tempo, porque as meninas estão atualmente passando por exames médicos e psicológicos para garantir que estejam em melhor condição", disse à AFP.

As adolescentes foram libertadas no sábado, depois de semanas de negociações, em troca de vários combatentes jihadistas detidos pelas autoridades nigerianas.

[SAIBAMAIS]"Não nos incomoda esperar... A saúde e bem-estar das meninas são a nossa prioridade e tal avaliação leva tempo, especialmente com tantas garotas", acrescentou.

Nkeki afirmou que encontrou brevemente as 82 meninas libertadas, incluindo sua sobrinha, "em bom estado e bom humor". Segundo ele, todas fazem parte do grupo de alunas sequestrado em 2014.

Fotografias das meninas libertadas também foram enviadas para Chibok e aldeias vizinhas para permitir que seus pais verifiquem a sua identidade. A suspeita é normalmente muito forte nas comunidades para saber o seu grau de simpatia e filiação ao grupo jihadista.

Qualquer um que tenha vivido em aldeias tomadas pelo Boko Haram, ou que tenha sido sequestrado pelo grupo deve passar por "sessões" (inspeções) pelo exército, às vezes por vários meses.

De acordo com a presidência nigeriana, uma estudante do ensino médio de Chibok recusou-se a ser libertada, dizendo estar "bem" e "casada" com um combatente do Boko Haram.

No total, 276 meninas foram sequestradas em abril de 2014 em sua escola em Chibok (nordeste), o que provocou uma onda de indignação internacional.

Após esta nova libertação - 21 delas foram trocadas em outubro de 2016, 3 foram encontradas pelo exército e 57 escaparam - 113 meninas ainda são mantidas pelo grupo jihadista.

O Boko Haram, que usa o sequestro em massa como uma forma de recrutamento, sequestrou dezenas de milhares de pessoas, que o exército nigeriano liberta a medida que avança nos territórios.

Em oito anos, a insurreição islamita deixou mais de 20 mil mortos e 2,6 milhões de deslocados.

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