Agência France-Presse
postado em 12/05/2017 20:13
Pelo menos 11 ativistas russos foram detidos na Praça Vermelha, em Moscou, nesta sexta-feira (12/5), quando liam a Constituição em voz alta - indicaram membros da ONG OVD-Info, especializada no monitoramento de manifestações.
Segundo a ONG, entre os ativistas presos está Ildar Dadin, o primeiro e único na Rússia a cumprir pena por infringir uma lei que endureceu as condenações aos organizadores de protestos não autorizados.
Os ativistas foram levados para uma delegacia próxima, afirmou a OVD-Info.
"Um policial se aproximou e nos advertiu que, se não fôssemos embora, iam nos prender", contou Dadin à agência russa TASS, acrescentando que "dez minutos depois a Polícia nos prendeu".
O advogado Alexei Lipster disse à agência de notícias RIA Novosti que Dadin continua sob custódia policial.
Dadin, de 35 anos, foi preso em dezembro de 2015, no âmbito de uma lei que entrou em vigor no verão de 2014. Essa legislação prevê até cinco anos de prisão para quem organizar mais de duas manifestações não autorizadas em um intervalo de seis meses.
Em uma carta a sua esposa, Dadin denunciou que foi torturado durante sua detenção.
As autoridades penitenciárias locais desmentiram as acusações de Dadin, mas o escândalo foi tamanho que o presidente Vladimir Putin ordenou, em janeiro passado, uma inspeção nas instituições penais. A iniciativa não foi vinculada ao caso Dadin.
O ativista foi solto no final de fevereiro, depois de passar 15 meses atrás das grades.