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Presidente chinês defende anti-protecionismo em encontro com líderes

O comunicado final divulgado nesta segunda-feira afirma que os países participantes 'rejeitam qualquer forma de protecionismo'

Agência France-Presse
postado em 15/05/2017 11:31
Pequim, China -O presidente chinês, Xi Jinping, se apresentou nesta segunda-feira como um baluarte contra o protecionismo ante um grupo de chefes de Estado reunidos em Pequim para celebrar seu projeto de "Novas Rotas da Seda".

"A globalização enfrenta ventos contrários", disse o líder do regime comunista no segundo dia de um encontro no qual participaram quase de 30 dirigentes mundiais, entre eles os presidentes russo e turco, Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan.

O comunicado final divulgado nesta segunda-feira afirma que os países participantes "rejeitam qualquer forma de protecionismo".

Xi lançou em 2013 a iniciativa das "Novas Rotas da Seda", um conjunto de projetos de infraestruturas, com o objetivo de aproximar a Ásia da Europa e da África, assim como as caravanas que cruzavam a Ásia Central durante a Antiguidade.

"Temos que buscar resultados através de uma abertura e de uma cooperação mais importantes (...) e rejeitar o protecionismo", declarou o presidente chinês, cujo país é frequentemente alvo de críticas dos países ocidentais, que acusam o gigante asiático de favorecer suas empresas no mercado interior.

O dirigente já havia defendido o livre comércio e a globalização no início do ano, no Fórum Econômico de Davos (Suíça), num momento em que o presidente Donald Trump aumentava os temores de uma deriva protecionista dos Estados Unidos.

Depois de acusar a China de roubar milhões de empregos dos Estados Unidos durante sua campanha eleitoral, Trump foi muito menos agressivo desde sua chegada à Casa Branca, e inclusive anunciou na semana passada a assinatura de um acordo comercial com Pequim sobre a carne, o gás natural e alguns serviços financeiros.

Trump não viajou a Pequim para o encontro desta segunda-feira, ao qual também não compareceram os demais líderes do G7, com exceção do italiano Paolo Gentiloni.

E, segundo uma fonte diplomática, vários países europeus, entre eles Alemanha, Estônia e Hungria, se negaram a se unir a um comunicado sobre o comércio redigido pela China, ao considerar que não ressalta o suficiente suas preocupações a respeito da transparência dos mercados públicos e de questões como a normas sociais e ambientais.

Pequim, que tenta consolidar suas relações comerciais com o resto do mundo, está disposto a investir muito dinheiro nas "Novas Rotas da Seda". Xi anunciou no domingo, na abertura do encontro, uma parcela de 113 bilhões de euros (123,79 bilhões de dólares) para os diferentes projetos (ferrovias, portos, parques industriais) nos quais 60 países participarão.

O Banco de Desenvolvimento da China já planeja desbloquear mais de 800 bilhões de euros para investimentos em 900 projetos.

Pequim afirma que todos podem participar de sua iniciativa, e o governo também convidou à cúpula representantes de países sul-americanos, como a presidente do Chile, Michelle Bachelet, e seu colega argentino, Mauricio Macri.

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