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Coalizão anti-EI nega responsabilidade em bombardeio com vítimas civis

Organização relata morte de 14 pessoas, incluindo 12 mulheres camponesas que retornavam dos campos em um comboio

Agência France-Presse
postado em 17/05/2017 14:42
Beirute, Líbano - A coalizão contra o Estado Islâmico (EI) liderada pelos Estados Unidos negou nesta quarta-feira (17/5) a responsabilidade por um ataque aéreo realizado na segunda-feira e que deixou dezenas de civis mortos na cidade síria de Bukamal, reduto jihadista perto da fronteira com o Iraque.

A coalizão informou, no entanto, que está verificando informações sobre vítimas civis em um ataque na província de Raqa (norte).

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) informou sobre os bombardeios na segunda-feira em Bukamal (leste), na província de Deir Ezzor, em que 62 pessoas, incluindo 42 civis (11 crianças e 14 refugiados iraquianos) morreram.

Em um primeiro momento, o OSDH havia evocado 30 mortos, mas depois revisou em alta o balanço. De acordo com esta organização com sede na Grã-Bretanha, as vítimas incluem 20 extremistas e suas famílias.

Em um comunicado enviado à AFP, a coalizão indica que realizou no domingo e segunda-feira bombardeios contra unidades de produção de petróleo localizadas a mais de 50 km de Bukamal.

"As informações que mencionam mortes de civis referem-se a alvos na própria cidade, onde não realizamos qualquer bombardeio durante esse período", informa a coalizão.

Em contrapartida, acrescenta que "houve um bombardeio em Bukamal em 14 (de maio) de países que não pertencem à coalizão, assim como no dia 15 na parte da manhã". A coalizão não aponta os países em causa.

A aviação síria e russa já realizaram bombardeios contra o Estado Islâmico em Deir Ezzor, e em fevereiro a força aérea iraquiana bombardeou pela primeira vez os jihadistas nesta província, incluindo Bukamal.

A coalizão afirmou que no domingo atacou a localidade de Al-Akeryshi, na província de Raqa, e que "transmitiu para o setor de investigação as denúncias de vítimas civis".

O OSDH relatou a morte de 14 pessoas, incluindo 12 mulheres camponesas que retornavam dos campos em um comboio.

As forças americanas afirmaram em maio que os bombardeios da coalizão na Síria e no Iraque provocaram a morte "involuntária" de 352 civis desde o início das operações contra o EI em 2014.

Este número seria muito maior segundo organizações de defesa dos direitos Humanos.

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