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Primeiro-ministro irlandês anuncia que irá renunciar

Dois candidatos já declararam interesse em substituir Enda Kenny

Agência France-Presse
postado em 17/05/2017 14:56
Dublin, Irlanda - O primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, anunciou nesta quarta-feira que à meia-noite deixará a liderança do seu partido Fine Gael, abrindo assim o processo para eleger um novo chefe de governo no início de junho.

"No ano passado declarei que não iria liderar o Fine Gael nas próximas eleições. Decidi colocar em prática esta decisão", afirmou o líder de centro-direita, de 66 anos, em um comunicado.

Kenny chegou ao poder em 2011 e liderou o país após a crise financeira de 2008. Apesar de ter sido reeleito em 2016, não conseguiu a maioria absoluta e se viu obrigado a contar com o apoio da oposição para governar. Sempre assegurou que não buscaria um terceiro mandato, mas sua saída foi precipitada pelas críticas a sua gestão de um escândalo na polícia.

A renúncia abre o processo de nomeação de um novo secretário-geral do Fine Gael e primeiro-ministro em 2 de junho, o mais tardar.

"Quero assegurar que durante este processo interno, vou continuar cumprindo com os meus deveres e responsabilidades", afirmou Kenny, que estava há 15 anos à frente do Fine Gael.

Dois candidatos declararam interesse em substituir Kenny: Leo Varadkar, ministro da Proteção Social de 38 anos, e Simon Coveney, de 44 anos atualmente à frente da pasta da Habitação.

Kenny entra para a história irlandesa por ser o primeiro-ministro que administrou a ajuda enviada pelas instituições internacionais para evitar a falência do seu país, atingido pelo estouro da bolha imobiliária e consequente colapso do sistema bancário.

O político chegou ao poder em 2011, um ano depois de Dublin concordar em receber 67,5 bilhões de euros da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Embora tenha conquistado um segundo mandato em 2016 - sendo o seu partido o mais votado - perdeu muitos deputados e precisou de mais de dois meses para formar um governo.

Os irlandeses demonstraram assim sua indignação por não sentirem os efeitos da recuperação da economia, apesar de um crescimento de 7% do PIB em 2015 e um declínio acentuado do desemprego para 9%.

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