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Missões de Paz da ONU custam menos de 1% de gastos militares globais

Para o Secretário Geral, António Guterres, este é um investimento em paz, segurança e prosperidade

Atrás dos boinas-azuis, existe toda uma operação logística para o seu funcionamento efetivo, incluindo 14 mil veículos, 310 clínicas médicas, 158 helicópteros, 54 aviões e sete navios.

Baixas e presença efetiva


Ao longo dos seus quase 60 anos de atuação, mais de 3,5 mil boinas-azuis morreram em serviço, incluindo o sargento brasileiro Vicente Medeiros, que perdeu a vida no ano passado quando servia à Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah).

[SAIBAMAIS]Medeiros foi um dos 117 homenageados pelo secretário-geral da ONU numa cerimônia em Nova Iorque na semana passada. Guterres frisou que "os soldados de paz se colocam à frente do perigo todos os dias, no meio de grupos armados que estão tentando se matar ou causar danos aos civis".

Atualmente as Nações Unidas têm 16 Missões de Paz em operação em quatro continentes, com presença em países como Haiti, Chipre, Mali, República Centro-Africana, República Democrática do Congo e Sudão do Sul.

Mais de 124 países contribuem com os cerca de 122 mil integrantes das forças de paz da ONU, incluindo tropas militares, policiais e funcionários civis. Todos trabalham para "salvar vidas, prevenir atrocidades em massa e garantir a paz" nas regiões em que atuam.


Reforma


Em editorial publicado no jornal Boston Globe de hoje (29/5), o chefe da ONU mencionou os casos recentes de exploração sexual envolvendo as forças de paz. Guterres reafirma que essas ações "violaram todos os valores das Nações Unidas" e que "combater o flagelo é prioridade da organização". Ele já apresentou um plano aos 193 países-membros para acabar com a impunidade e garantir que todas as missões tenham defensores para os direitos das vítimas.

O chefe da ONU aproveitou o Dia Internacional dos Boinas-Azuis para lembrar que as Missões de Paz muitas vezes são alvo de extremistas violentos. Para lidar com essa realidade, ele quer uma "séria reforma estratégica, baseada na análise dos mandatos, das capacidades das missões e das parcerias com governos".