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OEA pode impulsionar novo grupo para apoiar diálogo na Venezuela

Venezuela iniciou há um mês o processo de saída do organismo continental

Agência France-Presse
postado em 30/05/2017 17:36
Os chanceleres da Organização dos Estados Americanos (OEA) podem impulsionar na quarta-feira a criação de um grupo de países para apoiar uma nova tentativa de diálogo positivo na Venezuela, disse nesta terça-feira (30/5) um diplomata americano de alto escalão.
"Vamos buscar um mandato para um compromisso diplomático, para um novo esforço da região em apoio a uma negociação de boa fé entre todos os venezuelanos", disse o funcionário de alto escalão do Departamento de Estado, que pediu anonimato.

De acordo com o funcionário, vários países da OEA mantiveram conversas sobre "a possibilidade de criar um grupo especializado, um grupo de contato, de países selecionados para acompanhar um novo processo de mediação ou negociação".

[SAIBAMAIS]Os chanceleres da OEA se reunirão na quarta-feira em Washington para discutir a situação política na Venezuela, onde o presidente Nicolás Maduro convocou uma assembleia que terá a responsabilidade de redigir uma nova Constituição.

A oposição já está há dois meses em uma intensa mobilização e protesto nas ruas, em uma situação que já deixou um balanço de 60 mortos.

A ideia é "buscar uma forma de acompanhar a oposição e também o governo venezuelano para que todos tenham a oportunidade de trabalhar por uma solução pacífica para que sirva aos interesses de todos", disse o funcionário.

Cerca de vinte chanceleres confirmaram a presença na reunião de consultas de quarta-feira, mas o diplomata americano descartou que isso deixe a reunião menos forte.

"Não será a última reunião neste sentido, dada a crise e as circunstâncias especiais na Venezuela", disse o funcionário.

Para o diplomata, a próxima Assembleia Geral da OEA, que será realizada em junho no México, terá a Venezuela como "prioridade na lista das preocupações regionais".

Embora várias tentativas anteriores de facilitar o diálogo entre o governo e a oposição tenham fracassado, nesta terça-feira, o diplomata americano disse ser "importante que a OEA apoie este tipo de esforço".

Entretanto, a Venezuela iniciou formalmente há um mês o processo de saída do organismo continental, em um processo que levará dois anos para se completar.

A decisão do país de iniciar a sua retirada da OEA e de não participar mais das reuniões é uma decisão "soberana", acrescentando que se o governo venezuelano "quiser aproveitar e mandar uma mensagem, será muito bem-vindo".

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