Agência France-Presse
postado em 30/05/2017 19:00
Os Estados Unidos iniciaram nesta terça-feira a entrega de armas leves aos combatentes curdos que enfrentam o grupo Estado Islâmico no norte da Síria, informou o Pentágono, cumprindo a promessa que enfureceu a Síria.
A entrega das armas começa antes da esperada ofensiva para recuperar a cidade de Raqa, o último grande bastião do Estado Islâmico na Síria.
"Começamos a entregar armas leves e veículos aos curdos" das Forças Democráticas Sírias (FDS), aliança árabe-curda que combate os jihadistas, declarou o porta-voz do Pentágono Adrian Rankine-Galloway.
As armas incluem fuzis AK-47 e metralhadoras de baixo calibre, acrescentou Rankine-Galloway.
O presidente Donald Trump aprovou em maio a entrega de armas aos combatentes das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG), provocando a fúria do governo turco.
[SAIBAMAIS]Ancara diz que as YPG estão ligadas aos separatistas do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), cuja insurgência na Turquia, a partir de 1984, já provocou mais de 40 mil mortes.
As preocupações da Turquia em relação ao YPG fizeram com que Ancara deflagrasse sua própria operação militar na Síria, em agosto de 2016, chamada de "Escudo de Eufrates".
A operação tinha o duplo objetivo de atacar o Estado Islâmico e a milícia curda, em particular para evitar que as YPG controlassem uma faixa de território ao longo da fronteira entre Síria e Turquia.
As Forças Democráticas Sírias estão a poucos quilômetros de Raqa, em várias frentes, após a captura da estratégica cidade de Tabqa e da represa adjacente.
O Pentágono acredita que as FDS são a única força de combate atualmente no terreno capaz de tomar Raqa, mas Washington deve estabelecer um delicado equilíbrio, já que a Turquia é um aliado da Otan e o ponto de partida de ataques aéreos da coalizão dirigida pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico.