Agência France-Presse
postado em 03/06/2017 17:22
Paris - Um ex-detento de Guantánamo foi indiciado e posto sob prisão preventiva na França, na sexta-feira à noite (2/6), acusado de incitar pessoas a se integrarem à "Jihad" na Síria, ou no Iraque - informou neste sábado (3) uma fonte próxima ao caso.
Acolhido na França desde que foi solto da prisão de Guantánamo em 2009, o argelino Saber Lahmar, de 48 anos, havia sido detido na segunda-feira passada (29), perto de Bordeaux (oeste). Ele se instalou na região após passar oito anos nessa base militar americana, instalada no leste de Cuba.
Apresentado a um juiz de instrução antiterrorista parisiense ontem à noite, esse ex-diretor da Biblioteca de Sarajevo foi acusado de associação criminosa terrorista e, por isso, teve sua prisão preventiva decretada.
"É acusado de ter influenciado as pessoas que foram para a zona da ;Jihad; no Iraque, ou na Síria", acrescentou a mesma fonte.
Outras cinco pessoas de seu entorno haviam sido detidas na segunda e na terça-feiras também na região de Bordeaux, uma delas em Paris.
Para um dos detidos, um homem de 30 anos, a Procuradoria pediu que fosse acusado de associação criminosa terrorista e que fosse posto sob controle judicial, segundo a fonte da AFP. Além disso, um mulher foi acusada de "consulta habitual de sites jihadistas", enquanto as outras três pessoas foram liberadas.
Os detidos têm entre 27 e 48 anos. Suspeita-se que tenham conseguido dar ajuda financeira, logística e doutrinária a "várias pessoas" que pretendiam viajar para o Iraque, ou para a Síria, comentou outra fonte.
Detido na Bósnia um mês depois dos atentados do 11 de Setembro em Nova York, Saber Lahmar ficou preso em Guantánamo desde a abertura dessa instalação militar, em janeiro de 2002. O governo bósnio o entregou aos EUA, junto com outros cinco argelinos, suspeitos de fomentar um atentado contra a embaixada americana em Sarajevo.
Foi posto em liberdade por falta de provas de que queria "viajar para o Afeganistão para combater as forças americanas e aliadas", segundo a decisão do juiz americano.
De acordo com o governo da França, até 20 de março, quase 700 franceses, ou residentes no país, continuam na região sírio-iraquiana, onde - desse total - mais de 250 teriam morrido.