A missão da ONU na Colômbia recebeu 2.300 armas da guerrilha das Farc, que as depositou em contêineres, cumprindo com o histórico acordo assinado em novembro de 2016, informou nesta quinta-feira o organismo internacional.
"A missão tem agora em seus contêineres um total de 2.300 armas, ou seja, pouco mais de 30% das armas atualmente registradas e identificadas pela Missão da ONU nos acampamentos das Farc", indicou o organismo, encarregado de supervisionar o desarme dos rebeldes, em um comunicado.
[SAIBAMAIS]As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram na véspera a entrega de 30% de seu armamento à ONU, que as colocou em contêineres situados nas zonas onde se concentram 7.000 combatentes da guerrilha para o desarme e início da transição para um movimento político legal.
A ONU informou que na quarta-feira, junto com funcionários do Escritório do Alto Comissariado para a Paz, se deslocou para os acampamentos para entregar "certificados e credenciais que permitem aos membros da guerrilha iniciar formalmente a reincorporação à vida civil após a deposição das armas".
"Este processo [...] continuará nos próximos dias", acrescentou o texto.
O chefe negociador das Farc, Iván Márquez, qualificou mais cedo de "muito positivo" este processo de entrega das armas.
"As Farc estão cumprindo com a palavra dada e esperamos que o governo também cumpra", acrescentou Márquez, que exigiu à administração de Juan Manuel Santos que garanta a segurança jurídica e física dos rebeldes.
O chefe das Farc, Rodrigo Londoño ("Timochenko"), disse na quarta-feira em um discurso de um dos 26 pontos de concentração dos rebeldes que a entrega era "o começo efetivo de nossos dias de adeus às armas" e "à violência".
Timochenko explicou que outros 30% serão entregues em 14 de junho e os 40% restantes em 20 de junho.
A ONU estimou em março cerca de 7.000 armas no arsenal das Farc, sem dar mais detalhes.
O organismo internacional não confirmou o número de armas recebidas na quarta-feira, embora tenha sustentado que não estavam incluídas as dos milicianos ou colaboradores.
Segundo o acordado, com o armamento serão construídos três monumentos: em Nova York, em Cuba - sede dos diálogos - e na Colômbia.