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Catar busca apoio depois de ruptura diplomática da Arábia Saudita e aliados

Na quinta-feira, o ministro do Catar afirmou que seu país rechaça qualquer ingerência em sua política externa e excluiu que a crise desemboque em um conflito armado

Agência France-Presse
postado em 09/06/2017 12:21
Na quinta-feira, o ministro do Catar afirmou que seu país rechaça qualquer ingerência em sua política externa e excluiu que a crise desemboque em um conflito armado

O Catar buscava nesta sexta-feira apoio no exterior para evitar o isolamento a nível internacional, cinco dias depois da ruptura de relações diplomáticas por parte da Arábia Saudita e de seus aliados. O seu ministro das Relações Exteriores, Mohamed bin Abderrahman Al-Thani, realizou nesta sexta-feira uma inesperada visita à Alemanha antes de viajar no sábado a Moscou, onde se reunirá com o seu homólogo, Serguei Lavrov.

"Há esforços por parte de países amigos para limitar a crise, retirar o injusto bloqueio que pesa sobre o Catar e começar as negociações", disse Al-Thani, sem entrar em mais detalhes. O chefe da diplomacia alemã, Sigmar Gabriel, confirmou que estavam em curso conversas junto com os Estados Unidos e aliados regionais.

"A Alemanha vai fazer todo o possível, com a comunidade internacional, para que o conflito não se agrave mais", disse. O último episódio desta crise sem precedentes no Golfo foi a publicação, na noite de quinta para sexta-feira, de uma lista pela Arábia Saudita e por seus aliados de "terroristas" apoiados, segundo eles, por Doha.

[SAIBAMAIS]Esta lista cita 59 pessoas e 12 entidades "vinculadas ao Catar e ao serviço de um suspeito programa político do Catar", indicaram em um comunicado Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito. A lista negra de Riad e de seus aliados contém, pelo menos, dois nomes considerados internacionalmente como apoiadores financeiros do terrorismo e contra os quais, de acordo com o último relatório do Departamento de Estado americano, o Catar já atuou.

Trata-se de Sad Al-Kabi e Abd Al-Latif Al-Kawari, mencionados entre as dezenas de indivíduos e entidades assinaladas pela Arábia Saudita e seus três aliados. Doha qualificou nesta sexta-feira a lista em questão como "sem fundamento". "Esta lista contém nomes de pessoas que não têm relação com o Catar, onde não residem ou sequer vieram", disse Al-Thani na Alemanha.

Na quinta-feira, o ministro do Catar afirmou à AFP que seu país rechaça qualquer ingerência em sua política externa e excluiu que a crise desemboque em um conflito armado. Riad e seus aliados romperam relações diplomáticas com o Catar na segunda-feira. Esses países, que também recriminam o emirado por sua aproximação com o Irã, grande rival regional da Arábia Saudita, suspenderam o tráfego aéreo e fecharam as fronteiras terrestres e marítimas.

Al-Thani assegurou que seu país pode aguentar "eternamente", apesar das restrições impostas por seus vizinhos. Esta crise provoca inquietação em inúmeros países estrangeiros, entre eles os Estados Unidos, que têm uma imensa base militar no Catar.

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