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Chefe de gabinete da primeira-ministra britânica Theresa May se demite

"Assumo minha responsabilidade por meu papel nessa campanha eleitoral, que era de supervisionar o programa", escreveu Nick Timothy

Agência France-Presse
postado em 10/06/2017 09:54
O chefe de gabinete da primeira-ministra britânica Theresa May anunciou, neste sábado (10/6), sua demissão após o revés eleitoral dos conservadores, que perderam a sua maioria absoluta no parlamento, a poucos dias do início das negociações sobre o Brexit.

"Assumo minha responsabilidade por meu papel nessa campanha eleitoral, que era de supervisionar o programa", escreveu Nick Timothy, junto a Fiona Hill um dos dois conselheiros de May, em uma carta publicada no site "ConservativeHome".

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A primeira-ministra britânica Theresa May, muito fragilizada após o revés eleitoral dos conservadores nas legislativas, prevê finalizar neste sábado a formação de um governo minoritário, a dez dias do início das negociações sobre o Brexit.

Os pedidos de renúncia de May não cessaram dois dias após ela ter perdido sua maioria absoluta no Parlamento. A primeira-ministra convocou eleições antecipadas para fortalecer sua presença na Câmara dos Comuns. Mas em vez de ganhar, os conservadores perderam 12 assentos e ficaram com 318 deputados, oito a menos dos 326 necessários para ter maioria absoluta.

Este fracasso levou a oposição trabalhista, além de alguns deputados conservadores, a pedir a renúncia de May.

A primeira-ministra, contudo, descartou essa possibilidade, ressaltando que o momento pede estabilidade, e anunciou que formará o governo "para realizar a saída da União Europea".

May manteve os pesos pesados de seu executivo: Philip Hammond (Finanças), Boris Johnson (Relações Exteriores), David Davis (Brexit), Amber Rudd (Interior) e Michael Fallon (Defesa). A chefe do executivo completará neste sábado seu governo.

Fragilizada


Paralelamente, os conservadores britânicos começam a negociar com o Partido Unionista da Irlanda do Norte DUP, cujo apoio é necessário. Com dez assentos, esse partido regionalista ultraconservador, dirigido por Arlene Foster, permitiria a Theresa May ter o apoio necessário para governar.

O novo Parlamento se instalará na terça-feira, antes da cerimônia de abertura solene de 19 de junho, dia em que está previsto o início das negociações do Brexit.

Embora Theresa May sinalize que está firme no cargo, os analistas concordam que sua posição é muito precária. "May luta para continuar sendo primeira-ministra", afirmou o Daily Telegraph, pró-Brexit. May "está perdida", apontou o Sun, considerando que a primeira-ministra só aguentará alguns meses no cargo.

Os rachas dentro do Partido Conservador, dividido entre os "Brexiteers" puros e radicais, e o setor mais eurófilo e preocupado com as consequências de uma saída da UE, podem dificultar ainda mais a situação para May.

Segundo a deputada conservadora Heidi Allen, a primeira-ministra continua no cargo pelo início iminente das negociações sobre o Brexit. "Mas não a vejo durar mais de seis meses", prevê.

A dependência do DUP levanta dúvidas, por exemplo sobre a neutralidade do governo britânico na Irlanda do Norte, região sempre submetida a fortes tensões, 30 anos depois do fim do conflito.

Conservadorismo social


O conservadorismo social do DUP, contrário ao casamento gay e ao aborto, preocupa não só em Londres como também na Escócia, onde a chefe dos conservadores Ruth Davidson já apresentou suas condições.

"Pedi a Theresa May que garanta de forma categórica que em caso de acordo com o DUP os direitos da comunidade LGBT sejam respeitados no resto do Reino Unido", advertiu Davidson.

Ao obter 12 assentos na Escócia, contra um até agora, Ruth Davidson se tornou um ator poderoso com o que May deverá contar, apesar dos vários pontos de divergência.

Sobre o Brexit, Davidson defende uma saída da UE menos dura do que a defendida até agora por May, que inclui a saída do mercado único, posição que o DUP compartilha.

Embora alguns analistas considerem que Theresa May pode moderar o tom após o revés eleitoral que sofreu, a primeira-ministra não deu até agora sinais de que vai mudar de posicionamento.

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