Agência France-Presse
postado em 20/06/2017 08:11
A ministra da Defesa da França, Sylvie Goulard, anunciou nesta terça-feira sua renúncia ao cargo com o objetivo de demonstrar sua "boa fé" em uma investigação contra seu partido sobre supostos empregos fictícios. "Desejo poder demonstrar livremente minha boa fé", explica a ministra em um comunicado, em referência à investigação sobre o partido de centro ao qual pertence, por supostos empregos fictícios de auxiliares no Parlamento Europeu.
No dia 9 de junho foi aberta uma investigação preliminar para determinar se o partido centrista MoDem (Movimento Democrático), aliado do movimento A República em Marcha (LREM) do presidente Emmanuel Macron, pagou trabalhadores na França com salários destinados a assistentes parlamentares europeus.
[SAIBAMAIS]O Palácio do Eliseu anunciou na segunda-feira uma "reforma técnica" do governo após as recentes eleições legislativas, nas quais o LREM obteve maioria absoluta. O presidente prometeu "restaurar a confiança na ação pública, reformar a França e impulsionar a Europa. Esta ação de ajuste deve prevalecer sobre qualquer consideração pessoal", afirma o comunicado de Sylvie Goulard, uma centrista que foi eleita eurodeputada em 2009 e reeleita em 2014.
O líder do MoDem e atual ministro da Justiça, François Bayrou, afirma que seu partido nunca teve empregos fantasmas de assistentes parlamentares europeus. Além de Bayrou e Goulard, o governo do primeiro-ministro Edouard Philippe formado em maio tem outra integrante do MoDem, Marielle de Sarnez, ministra de Assuntos Europeus.
A reforma ministerial deixa de fora outro ministro submetido a uma investigação preliminar em um caso de suposto favorecimento: Richard Ferrand. Ligado a Macron e ministro até agora da Coesão do Território, ele anunciou que será candidato a liderar a bancada parlamentar do LREM.