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EUA afirma que Bashar al-Assad prepara um novo ataque químico na Síria

De acordo com a Casa Branca, as atividades são similares aos preparativos que o regime realizou antes do ataque com armas químicas em 4 de abril de 2017 contra uma cidade controlada pelos rebeldes


O presidente americano, Donald Trump, chegou a expressar sua indignação com o ataque de abril, devido, sobretudo, ao elevado número de crianças entre os mortos. De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), esse bombardeio foi o segundo "ataque químico" mais sangrento desde o início do conflito em 2011. No primeiro, em 2013, usou-se gás sarin contra o subúrbio de Damasco. Pelo menos 1.400 pessoas morreram.

Assad nega
O presidente sírio garante que seu governo entregou em 2013 todas as armas químicas que tinha em seu poder com base no acordo negociado com a Rússia, para evitar a ameaça de um ataque dos Estados Unidos. O acordo foi posteriormente referendado em uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.

O secretário americano da Defesa, Jim Mattis, disse, porém, não ter "a menor dúvida" de que Damasco manteve armas químicas. Segundo um estudo militar israelense, Assad ainda dispõe de "algumas toneladas" de armas químicas. Nesse cenário, o porta-voz da Casa Branca lembrou, em sua nota de ontem, que "os Estados Unidos estão na Síria para eliminar o Estado Islâmico da Síria e do Iraque", e não para lançar uma guerra contra Assad.

A declaração de Spicer foi corroborada por Mattis pouco depois. "Não atacaremos a menos que seja o inimigo, a menos que seja o Isis [acrônimo usado pelo governo americano para se referir ao EI]", declarou o chefe do Pentágono aos jornalistas que o acompanham em viagem pela Europa.

A coalizão liderada pelos EUA na Síria apoia as forças rebeldes curdo-árabes que tentam reconquistar Raqa das mãos do Estado Islâmico e também ajudam as forças iraquianas a combater o grupo em Mossul, no Iraque. Enquanto isso, Assad conta com o apoio de bombardeios russos e do Irã. A guerra síria começou em 2011 com protestos contra o governo até se transformar em um devastador conflito. Pelo menos 320 mil pessoas já morreram.