Agência France-Presse
postado em 27/06/2017 20:45
Trípoli, Líbia - Os corpos em decomposição de pelo menos 25 migrantes que morreram afogados tentando chegar à costa europeia foram encontrados na terça-feira no litoral líbio, perto de Trípoli, segundo a organização líbia Crescente Vermelho.
A maioria dos cadáveres estava entre as pedras, perto dos subúrbios de Tajura, leste da capital, segundo um fotógrafo da AFP no local. Outros estavam espalhados pela praia.
O tempo bom favorece as saídas em massa de migrantes tentando chegar à Europa a partir da costa líbia, arriscando a vida na travessia do Mediterrâneo.
As autoridades italianas informaram nesta terça-feira que mais de 8.000 migrantes foram resgatados nas últimas 48 horas no Mediterrâneo, ao longo da costa líbia.
A guarda costeira líbia socorreu esta manhã 147 pessoas, entre elas 19 mulheres e quatro crianças, oito milhas em frente à cidade de Sabratha (oeste).
A maioria é de jovens de Camarões, Sudão, Senegal e Mali, informou o porta-voz da Marinha líbia, general Ayoub Kacem.
Foram encontrados amontoados em um bote de borracha, segundo um jornalista da AFP que acompanhou as equipes de resgate.
No porto de Zawiya, foram transportados em caminhonetes até o centro de retenção da cidade.
Uma mulher com um bebê de meses nos braços caiu em prantos enquanto se dirigia ao caminhão, ao ver como o dinheiro que pagou aos traficantes de seres humanos e seu sonho de chegar à Europa se esfumaram em poucas horas.
O porta-voz da Marinha líbia informou, ainda, que várias embarcações de migrantes foram localizadas na terça-feira em frente à Líbia, junto com a presença de pelo menos seis barcos de ONGs, que "pretendiam efetuar operações de resgate".
Um destes navios estava em águas líbias antes de ser forçado pela guarda costeira a deixar a zona, acrescentou o encarregado, que costuma acusar as ONGs de "cumplicidade" com os traficantes.
Segundo cifras do ministério italiano do Interior, mais de 73.300 migrantes chegaram à Itália desde o começo do ano.
Segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), mais de duas mil pessoas perderam a vida ou desapareceram desde o começo do ano tentando atravessar o Mediterrâneo.