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Chanceler da Alemanha ataca Donald Trump antes da cúpula do G20

Além das diferenças com Donald Trump, outras questões de conflito podem parasitar o G20


Diante de questões espinhosas, a chanceler alemã reúne nesta quinta-feira na parte da tarde em Berlim vários líderes europeus, incluindo o presidente francês Emmanuel Macron e a primeira-ministra britânica Theresa May, para formar uma frente unida. De acordo com diplomatas, os trabalhos preparatórios do G20 para alcançar uma declaração conjunta têm sido até agora "muito difíceis". O chefe da diplomacia alemã, Sigmar Gabriel, acusou Washington de querer sabotar o processo.

;Península asiática;
"Não existe uma estratégia anti-americana, e certamente não da parte do governo alemão, mas há estrategistas americanos que planejam uma política anti-Europa e anti-Alemanha", proclamou na terça-feira.

Dadas as dificuldades com Washington, Merkel também se esforça, em vista do G20, para forjar alianças sobre as questões do clima e comerciais com potências emergentes asiáticas, como Índia e China. O que não impede de desconfiar das ambições de Pequim.

Ela advertiu, em uma entrevista na quinta-feira, contra o expansionismo econômico chinês, que considera a Europa "como uma península asiática". "A Europa deve trabalhar duro para defender sua influência", acrescentou ela, apoiando o projeto de Macron para melhor defender no nível europeu os setores industriais estratégicos dos apetites estrangeiros.

Este apoio ilustra a dinâmica encontrada na relação com a França, mesmo que uma forma de competição pela liderança na Europa esteja surgindo entre os dois líderes. O chefe de Estado francês acaba de conseguir duas "vitórias" diplomáticas, trazendo o presidente russo Vladimir Putin a Paris e conseguindo a vinda de Donald Trump para o feriado de 14 de julho.

Além das diferenças com Donald Trump, outras questões de conflito podem parasitar o G20. Berlim rejeitou na quinta-feira um pedido do chefe do Estado turco Recep Tayyip Erdogan de discursar a seus compatriotas à margem da cúpula, em um contexto muito tenso entre os dois países.