Agência France-Presse
postado em 29/06/2017 17:03
Com o crescimento exponencial das energias renováveis no Chile, em particular das fontes não convencionais, autoridades preveem que, até 2050, 90% da matriz energética do país será de origem limpa, anunciou nesta quinta-feira o ministro de Energia Andrés Rebolledo.
A taxa ultrapassa bastante os 70% estipulados pelo governo da socialista Michelle Bachelet, grande fomentadora das energias renováveis desde que chegou ao poder em 2014.
Atualmente, as fontes de energia renováveis suprem 45% da matriz energética dos país, e o ministro estima que, em 2035, serão 60% e, em 2050, 90%.
A criação de um marco regulatório que facilitou os investimentos, "o diagnóstico compartilhado, o esforço coletivo e a visão estratégica conjunta" permitiram o salto quantitativo e qualitativo para substituir combustíveis fósseis por energias que não agridem o meio ambiente, contou ele.
O sol do deserto do Atacama - o mais seco do mundo -, os vulcões, o mar, os ventos e os recursos hídricos fazem parte da estratégia energética.
Cerca de 80% dos projetos desenvolvidos estão no setor de Energias Renováveis Não Convencionais (ERNC), em particular a solar e a eólica, e vão gerar cerca de 5 mil megawatts, anunciou o ministro.
No total, há 105 projetos em andamento, metade deles de energia solar, e outros 179 aprovados, que vão gerar cerca de 13 mil megawatts adicionais.
"Com com 5% da superfície do deserto do Atacama, poderíamos quintuplicar a produção do país", assegurou Rebolledo.
O maior desafio é a interconexão de todos os sistemas de transmissão - que deve ficar pronta em novembro deste ano - e levar a energia de fontes não convencionais aos centros de consumo, além de garantir eletricidade quando não há sol ou vento.
Ainda assim, o Chile trabalha a integração energética com outros países, sobretudo seus vizinhos Argentina e Peru.
Segundo o último informe do New Energy Finance Climascope, elaborado pela Bloomberg New Energy Finance e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Chile está em primeiro lugar em investimento em energias renováveis e na luta contra as mudanças climáticas na América Latina e no Caribe.
Os investimentos em projetos de ERNC passaram de 1,3 bilhão de dólares em 2014 a 3,2 bilhões de dólares em 2015.