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Igreja australiana defende cardeal acusado de abusos sexuais

Na quinta-feira (29/6), a polícia australiana o acusou de crimes de abuso sexual, um indiciamento que é resultado de uma longa investigação ordenada pelo governo em 2012 sobre supostos abusos sexuais de menores de idade.

Os líderes da Igreja católica australiana saíram em defesa do cardeal George Pell, encarregado das Finanças do Vaticano, que na quinta-feira (29/6) foi indiciado por supostos abusos sexuais cometidos há vários anos em seu país e pediu uma licença para preparar sua defesa. "O George Pell que eu conheço é um homem íntegro em suas relações com os demais, um homem de fé e de grandes ideais, um homem meticulosamente decente", afirmou o arcebispo de Sydney, Anthony Fisher, em um comunicado.

[SAIBAMAIS]Fisher explicou que a arquidiocese não vai assumir os custos da defesa do cardeal, mas o ajudará a encontrar um lugar para morar. Pell, 76 anos, deve comparecer a um tribunal de Melbourne em 26 de julho, uma semana depois da data inicialmente prevista de 18 de julho.

Na quinta-feira, a polícia australiana o acusou de crimes de abuso sexual, um indiciamento que é resultado de uma longa investigação ordenada pelo governo em 2012 sobre supostos abusos sexuais de menores de idade. A polícia australiana, no entanto, não revelou detalhes sobre as acusações, alegando a necessidade de preservar a integridade do processo judicial.


O atual arcebispo de Melbourne, Denis Hart, cargo que já foi ocupado por George Pell, pediu um "julgamento justo". "O arcebispo é consciente das boas obras do cardeal, reconhecidas nacional e internacionalmente", afirma um comunicado, que destaca a luta de Pell contra os abusos sexuais dentro da Igreja quando era arcebispo de Melbourne, em 1996.

O arcebispo de Hobart, Julian Porteous, disse estar "chocado e decepcionado" com as acusações contra Pell, que para ele "não têm substância". O ex-primeiro-ministro australiano Tony Abbott também defendeu o cardeal, que chamou de "homem muito bom". George Pell foi arcebispo de Melbourne entre 1996 e 2001. Em seguida foi arcebispo de Sydney até 2014, quando se mudou para o Vaticano, convocado pelo papa Francisco, para liderar a reforma das finanças da Igreja católica.