Agência France-Presse
postado em 30/06/2017 09:01
Os líderes da Igreja católica australiana saíram em defesa do cardeal George Pell, encarregado das Finanças do Vaticano, que na quinta-feira (29/6) foi indiciado por supostos abusos sexuais cometidos há vários anos em seu país e pediu uma licença para preparar sua defesa. "O George Pell que eu conheço é um homem íntegro em suas relações com os demais, um homem de fé e de grandes ideais, um homem meticulosamente decente", afirmou o arcebispo de Sydney, Anthony Fisher, em um comunicado.
[SAIBAMAIS]Fisher explicou que a arquidiocese não vai assumir os custos da defesa do cardeal, mas o ajudará a encontrar um lugar para morar. Pell, 76 anos, deve comparecer a um tribunal de Melbourne em 26 de julho, uma semana depois da data inicialmente prevista de 18 de julho.
Na quinta-feira, a polícia australiana o acusou de crimes de abuso sexual, um indiciamento que é resultado de uma longa investigação ordenada pelo governo em 2012 sobre supostos abusos sexuais de menores de idade. A polícia australiana, no entanto, não revelou detalhes sobre as acusações, alegando a necessidade de preservar a integridade do processo judicial.
O atual arcebispo de Melbourne, Denis Hart, cargo que já foi ocupado por George Pell, pediu um "julgamento justo". "O arcebispo é consciente das boas obras do cardeal, reconhecidas nacional e internacionalmente", afirma um comunicado, que destaca a luta de Pell contra os abusos sexuais dentro da Igreja quando era arcebispo de Melbourne, em 1996.
O arcebispo de Hobart, Julian Porteous, disse estar "chocado e decepcionado" com as acusações contra Pell, que para ele "não têm substância". O ex-primeiro-ministro australiano Tony Abbott também defendeu o cardeal, que chamou de "homem muito bom". George Pell foi arcebispo de Melbourne entre 1996 e 2001. Em seguida foi arcebispo de Sydney até 2014, quando se mudou para o Vaticano, convocado pelo papa Francisco, para liderar a reforma das finanças da Igreja católica.