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Festiva e blindada, principal marcha mundial gay marcha por Madri

Os organizadores preveem o comparecimento de um a dois milhões de pessoas

Agência France-Presse
postado em 01/07/2017 18:03
Os organizadores preveem o comparecimento de um a dois milhões de pessoasSob o lema "Viva a vida" e em meio a um mar de bandeiras arco-íris, milhares de pessoas iniciaram neste sábado (1;), em Madri, a principal marcha mundial de reivindicação dos direitos da comunidade LGTB. Acompanhados por um forte dispositivo de segurança, a quinta edição da "WorldPride Parade" começou depois das 17h30 (12h30, horário de Brasília), partindo do Paseo del Prado. Os organizadores preveem o comparecimento de um a dois milhões de pessoas.

"Reivindicamos nossos direitos como pessoas. Tem gente que não nos respeita e, em Madri, ainda há agressões. A mais recente delas por parte de neonazistas", desabafou Ricardo Méndez, de 23 anos, referindo-se a um casal gay atacado no fim de semana passada no centro da capital. "Fico encantado com isso, porque, na Colômbia, ainda estamos muito longe de uma coisa assim, embora tenhamos muita aceitação em boa parte do país", comentou a colombiana Jennifer García, que vive na Espanha.

À tarde, pelo menos 52 carros iam desfilar. Alguns são patrocinados por multinacionais como Google, eBay, ou Netflix. A comunidade LGTB reclamou, vendo nisso o símbolo de uma mercantilização excessiva de sua causa.

Bem na frente da Parade, está uma grande faixa com o lema "Pelos direitos LGTBI em todo mundo". Atrás delas, pela primeira vez aparecem representados os quatro principais partidos espanhóis, incluindo o da situação, o conservador Partido Popular.

O clima é de festa, com as cores do arco-íris se espalhando na forma de bandeiras, guarda-sóis e gravatas, além de muito pop e até um bloco de carnaval com músicas brasileiras. Os manifestantes chegaram de países como Alemanha, Suécia, França, Dinamarca, Estados Unidos e Itália, carregando cartazes com frases como "Meus direitos protegem os seus", ou "A repressão sim é perversão".

Uma mensagem mundial

No ano passado, a Gay Pride de Madri reuniu entre 800 mil e 1,2 milhão de pessoas, em uma cidade que conta com cerca de 3,5 milhões de habitantes. O encontro mundial deste ano se volta para os países onde a homossexualidade ainda sofre perseguições. De acordo com a Associação Internacional LGTBI (ILGA), as relações sexuais consensuais entre homens adultos continuam sendo ilegais em 72 países, e entre mulheres, em 45.

"A pena de morte para os atos sexuais entre pessoas do mesmo sexo pode ser aplicada em oito Estados-membros da ONU", lembra a ILGA, que cita Irã, Arábia Saudita, Iêmen, Sudão, Somália, Nigéria e os territórios controlados pelo grupo Estado Islâmico (EI) no norte do Iraque e na Síria.

Para evitar atentados, Madri mobilizou especificamente para esse encontro cerca de 3.500 agentes, entre policiais, bombeiros e membros de outras corporações. Ao longo da marcha, sua presença era muito visível, com várias viaturas estacionadas e um helicóptero sobrevoando o centro da capital. Os carros alegóricos iam circular dentro de um perímetro protegido, e mesmo seus ocupantes tiveram de se identificar.

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