Roma, Itália - O ministro italiano do Interior, Marco Minniti, pediu aos países europeus, neste domingo (2/7), que abram seus portos às embarcações que socorrem os migrantes para reduzir a carga sobre Roma, pouco antes de uma reunião em Paris com seus colegas da França e da Alemanha.
Os três ministros se reúnem domingo à tarde para buscar uma "abordagem coordenada" que ajude a Itália a lidar com o fluxo de migrantes aos seus portos, relatou uma fonte próxima à negociação.
De acordo com o ministro Minniti, em entrevista ao jornal Il Messaggero, a Itália sofre "uma enorme pressão".
Leia mais notícias em Mundo
A Itália chegou a ameaçar bloquear a entrada a seus portos dos navios estrangeiros que transportam migrantes resgatados no mar Mediterrâneo.
As barcos que resgatam migrantes "têm bandeiras de diferentes países europeus", ressaltou o ministro, explicando que dessas ações de resgate participam embarcações de ONGs, da operação naval europeia contra traficantes "Sophie" e da agência fronteiriça europeia Frontex, além da Guarda Costeira italiana.
"Se os únicos portos para onde se leva os refugiados são os portos italianos, tem algo que não está funcionando. Esse é o ponto da questão", afirmou.
"Sou um eurófilo e ficaria feliz se um único barco, em vez de chegar à Itália, fosse para outro porto. Isso não resolveria o problema da Itália, mas seria um sinal extraordinário, que mostraria que a Europa quer ajudar a Itália, insistiu o ministro.
Roma reclama que foi deixada sozinha para administrar a crise migratória e pede mais ajuda dos sócios europeus. Desde o início do ano, o país registrou mais de 83.000 chegadas de migrantes, um aumento de mais de 19% em relação ao mesmo período de 2016. A maioria procede da Líbia.
Depois, os migrantes são transportados para portos italianos, onde são distribuídos em centros de acolhida já saturados.
Seleção de migrantes na Líbia?
Minitti se reúne esta tarde com os ministros do Interior francês, Gérard Collomb, e alemão, Thomas de Maizi;re, assim como com o comissário europeu de Migração, Dimitris Avramopoulos.
"A ideia é ter uma abordagem coordenada e concertada sobre os fluxos migratórios no Mediterrâneo central" e "ver como se pode ajudar melhor os italianos", às vésperas de um encontro informal de ministros do Interior da União Europeia (UE), que acontece em 6 de julho em Tallin, disse uma fonte francesa à AFP na sexta-feira.
Na quinta (29), em Berlim, tanto a chanceler alemã, Angela Merkel, quanto o presidente francês, Emmanuel Macron, garantiram estar dispostos a apoiar mais a Itália.
O ministro italiano indicou que Roma tentará deslocar para a Líbia o processo de pedido de asilo.
"Devemos diferenciar entre os [...] que têm o direito a uma proteção humanitária e os que não", frisou.
"E temos de nos assegurar de que os primeiros possam partir para a Europa, enquanto os migrantes econômicos devem ser repatriados de modo voluntário", completou.