postado em 05/07/2017 08:38
O porta-voz militar da Líbia, Ahmed Al Mesmary, acusou nessa terça-feira (4/7) o Catar, o Sudão e a Turquia de apoiarem o terrorismo no país árabe envolvido pelo conflito. "Ao apoiar terroristas, o Catar cometeu crimes contra a humanidade na Líbia," disse Mesmary em entrevista no Cairo, a capital egípcia.
O porta-voz da Líbia disse que tem documentos que comprovam o envolvimento dos três países na ajuda às milícias terroristas líbias, com provisões logísticas. Acrescentou que apresentará os documentos à comunidade internacional. "Tudo o que precisamos da comunidade internacional é levantar o embargo de armas imposto ao Exército líbio para combater o terrorismo".
Mesmary disse também que seu Exército alcançou progressos e vastas áreas controladas na Líbia, apesar de lutar contra quatro alvos principais: o Estado Islâmico, a Al Qaeda, Irmandade Muçulmana e grupos criminosos que dispõem de armas e munições.
"Em uma semana, controlamos três grandes bases aéreas no centro da Líbia," disse Mesmary, acrescentando que o Exército conseguiu destruir completamente o Estado islâmico em Benghazi. Ele esclareceu que a presença da organização na Líbia está em declínio, enquanto as gangues criminosas controlam grandes partes de Trípoli.
Mesmary afirmou que as áreas ainda fora do controle do Exército Nacional líbio incluem a cidade de Sirte e a área entre as cidades de Misrata e Trípoli.
Seis anos após a revolta de 2011, que acabou com o regime de 42 anos de Muammar Kadhafi e com sua vida, a Líbia está atualmente envolvida em uma guerra civil e administrada por dois governos rivais, um na capital de Trípoli e outro na cidade de Tobruk, no Leste do país.
A administração de Tobruk foi reconhecida internacionalmente, antes que o Conselho Presidencial da Líbia fosse estabelecido em 2015 para dirigir um governo de unidade em Trípoli, com base em um acordo de paz negociado pela ONU entre as facções da Líbia, firmado em Skhirat, no Marrocos.
Apoiado pelo autoproclamado Exército Nacional da Líbia, liderado por Marshall Khalifa Haftar, o governo apoiado pelo Parlamento em Tobruk se recusa a reconhecer o governo de unidade baseado em Trípoli. A ONU diz que o Exército da Líbia precisa se unificar primeiro para que o Conselho de Segurança da organização possa retirar o embargo de armas vigente desde 2011.