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Trump promete resposta severa após lançamento de míssil norte-coreano

Na quarta-feira, os Estados Unidos, com o apoio da França, anunciaram na ONU a intenção de propor novas sanções contra a Coreia do Norte, depois que Pyongyang lançou com sucesso um míssil balístico intercontinental


Os Estados Unidos conseguiram fazer que a França se somasse à sua ideia de reforço às sanções contra a Coreia do Norte, mas a Rússia e a China manifestaram oposição.

Durante uma visita a Moscou, o presidente chinês, Xi Jinping, disse na terça-feira que os dois países são favoráveis a uma "dupla moratória": Pyongyang se comprometeria a interromper seus testes nucleares e Washington a renunciar a novas manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul.

"Todos devemos reconhecer que as sanções não resolverão problema", disse o embaixador russo Vladimir Safronkov na reunião, acrescentando que uma solução militar é "inadmissível". O embaixador chinês na ONU, Liu Jieyi, disse nesta quarta-feira que a resposta militar à crise "não deve ser uma opção".

"Linha Vermelha"
No começo de seu mandato, Trump acreditava que a Coreia do Norte não conseguiria lançar um ICBM com êxito. No entanto, especialistas independentes americanos estimaram na terça-feira que Pyongyang pode estar em condições de atingir o Alasca ou até mesmo o território continental dos Estados Unidos.

O Conselho de Segurança adotou no ano passado duas resoluções para aumentar a pressão sobre a Coreia do Norte e impedir que seu líder Kim Jong-Un tivesse acesso ao dinheiro necessário para financiar seus programas militares.

Aas resoluções apontam diretamente para as exportações de carvão norte-coreano, fonte importante de receitas para o regime. No total, a ONU adotou seis pacotes de sanções contra a Coreia do Norte desde seu primeiro teste atômico em 2006. O novo presidente sul-coreano, Moon Jae-In, classificou a ação do vizinho de "grave provocação" e se mostrou partidário de "reagir com algo mais que uma mera declaração".

Moon, que defende uma política de sanções para a Coreia do Norte combinada com esforços para que retorne às negociações, advertiu a Pyongyang que há uma "linha vermelha" que não pode ser ultrapassada. Em uma reunião com a chanceler alemã Angela Merkel antes da reunião do G20 em Hamburgo, Moon disse que "a velocidade" do avanço dos programas nuclear e balístico da Coreia do Norte é "um problema maior".

Pyongyang, que já realizou cinco testes nucelares e tem um pequeno arsenal de bombas atômicas, diz que seu novo míssil pode transportar "uma grande ogiva nuclear". Em resposta ao míssil balístico intercontinental testado na véspera por Pyongyang, Washington e Coreia do Sul dispararam na quarta-feira mísseis que simularam um ataque cirúrgico contra o governo norte-coreano.