Agência France-Presse
postado em 06/07/2017 20:58
O governador da Virgínia se recusou, nesta quinta-feira, a adiar, de última hora, a execução de um condenado à morte que sofre de doenças psiquiátricas e é acusado de matar um guarda da prisão e um policial durante uma fuga.
William Morva, um cidadão húngaro e americano de 35 anos, deve receber a injeção letal à 01H00 GMT (22H00 em Brasília). Ativistas de direitos humanos afirmam que ele sofre de doenças neurológicas.
"Os registros que tenho diante de mim não trazem evidências suficientes para garantir a medida extraordinária de reverter a decisão de um júri legalmente escolhido em um julgamento conduzido de forma apropriada", disse o governador do estado, Terry McAuliffe, que afirmou ser pessoalmente contrário às penas capitais, mas autorizou duas execuções.
McAuliffe disse que ele e sua equipe jurídica examinaram o caso e concluíram que "Morva teve um julgamento justo e que o júri ouviu informações substanciais sobre sua saúde mental enquanto estudava para decidir sua sentença".
Morva foi preso em 2000 por tentativa de assalto à mão armada e, em agosto de 2006, enquanto estava no hospital para tratar de feridas leves, bateu em um policial que o vigiava, pegou a sua arma e atirou em um guarda da segurança, Derrick McFarland, matando-o.
No dia seguinte, em uma perseguição no campus universitário de Virginia Tech, matou outro policial, Eric Sutphin.
Morva foi condenado à morte em 2008, apesar de ter sido diagnosticado com uma doença similar à esquizofrenia.
"A petição do senhor Morva se fia no diagnóstico de um psiquiatra que o avaliou quase sete anos após seu julgamento", disse McAuliffe.
"Eu e minha equipe estudamos o relatório cuidadosamente, bem como as opiniões de especialistas que depuseram no tribunal, para determinar se a totalidade de seus apontamentos poderia ter levado o júri ou as cortes de apelação a darem uma sentença diferente", indicou.
Os advogados de Morva afirmam que ele sofre há muito tempo de delírios psicológicos que lhe impedem de entender as consequências de suas ações e que os jurados não tiveram um relato preciso de seus transtornos psiquiátricos durante o julgamento.
O governador se recusou a salvar Morva um dia após dois especialistas em Direitos Humanos da ONU pedirem que ele perdoasse o condenado, expressando sua preocupação de que o julgamento não tenha "respeitado as regras de equidade".