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Chile e Bolívia enfrentam tensão bilateral após prisão de policiais

Dois chilenos foram detidos por agentes bolivianos enquanto patrulhavam a zona fronteiriça de Ollague

Agência Estado
postado em 07/07/2017 21:42
A prisão de dois policiais do Chile perto da fronteira com a Bolívia voltou a estremecer a relação bilateral entre os dois países sul-americanos. Na tarde desta sexta-feira, a presidente Michelle Bachelet informou que dois chilenos foram detidos por agentes bolivianos enquanto patrulhavam a zona fronteiriça de Ollague e que a volta deles era negociada. Horas depois, o Ministério do Governo da Bolívia confirmou a informação em comunicado, mas acrescentou que os policiais foram detidos após cruzarem a fronteira "ilegalmente" em um veículo em grande velocidade.

"Os policiais, ao perceberem a presença da polícia boliviana, tentaram fugir", afirmou o documento. A nota acrescenta que com os policiais foram encontrados uma pistola, um fuzil e um revólver e que eles foram detidos, mas "respeitando-se" seus direitos.

Nove dias antes, dois militares bolivianos e outros sete cidadãos do país retornaram à Bolívia, após ficarem mais de três meses detidos em uma prisão chilena. A Justiça local os acusou e condenou por três anos de prisão por tráfico de drogas, roubo com intimidação, contrabando e porte ilegal de armas, mas comutou as penas por expulsão e uma multa equivalente a US$ 48 mil. Os cidadãos bolivianos negaram qualquer crime e garantiram que perseguiam contrabandistas, por isso estavam em território chileno.

A prolongada detenção dos nove piorou as já complicadas relações bilaterais, que incluem duas acusações na Corte Internacional de Justiça, em Haia, uma de cada país. A Bolívia rompeu relações diplomáticas com o Chile em março de 1978, após o fracasso das negociações para que La Paz retomasse sua saída ao mar. A Bolívia e o Peru perderam uma guerra contra o Chile entre 1879-1883 e o tratado de

paz con o Peru estabelece que o Chile não pode dar saída ao mar para a Bolívia por território que antes era peruano sem a autorização de Lima.

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