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UE recompensa esforços e tira Grécia de 'lista negra'

A Grécia, cujo déficit superou, durante vários anos, o limite de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) acordado pelo tratado europeu, foi colocada na "lista negra" do déficit excessivo em 2009

Agência France-Presse
postado em 12/07/2017 15:28
A Comissão Europeia recompensou, nesta quarta-feira (12/7), os esforços orçamentários da Grécia nos últimos anos anunciando o encerramento de seu "procedimento de déficit excessivo", ainda que o governo de Atenas siga gravemente endividado.
"É um momento muito simbólico para a Grécia. Depois de tantos anos de sacrifício do povo grego, o país colhe, enfim, os frutos de seus esforços", disse o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici.

A Grécia "agora está pronta para virar a página da austeridade e abrir um novo capítulo de crescimento, investimento e emprego", completou.

O procedimento por déficit excessivo permite à Comissão Europeia vigiar os países que não respeitam os critérios de convergência da zona do euro e, teoricamente, pode multá-los, embora isso nunca tenha acontecido.

[SAIBAMAIS]A Grécia, cujo déficit superou, durante vários anos, o limite de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) acordado pelo tratado europeu, foi colocada na "lista negra" do déficit excessivo em 2009.

Mas o país, graças às reformas, conquistou em 2016 um excedente orçamentário de 0,7% do PIB, segundo os últimos dados da UE.

A Comissão Europeia decidiu, portanto, recomendar o fim do procedimento aos 28 ministros de Finanças europeus, que devem validar a decisão após as férias do meio do ano.

Essa aguardada decisão "é outro sinal positivo da estabilidade financeira e a reativação econômica no país", afirmou o vice-presidente da Comissão, Valdis Dombrovskis.


Reforço de confiança

O anúncio da Comissão chega após os credores da Grécia - Eurozona e Fundo Monetário Internacional (FMI) - acertarem um acordo para reativar o plano de resgate de 86 bilhões de euros pactado com Atenas em julho de 2015.

O resgate, que vai seguir até agosto de 2018, deve permitir à Grécia pagar pelo menor parte de sua dívida colossal, que alcança quase 180% de seu PIB.

Contudo, o governo de esquerda de Alexis Tsipras não conseguiu a reestruturação da dívida que tinha solicitado e os credores deixaram para o final do programa atual por pressão sobretudo da Alemanha.

Com isso, a Grécia espera poder voltar em breve aos mercados de dívida, do qual está ausente desde que estourou a crise da dívida em 2010.

"Convido a Grécia a aproveitar dos benefícios de suas realizações e a continuar a reforçar a confiança em sua economia, importante para se preparar para seu retorno aos mercados financeiros", destacou Dombrovskis.

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