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Líder no Senado desiste de reforma na saúde nos EUA, em derrota para Trump

O comando republicano já perdido dois votos, dos senadores Rand Paul, do Kentucky, e Susan Collins, do Maine, e com a recusa de mais dois senadores não haveria apoio suficiente para avançar

As lideranças do Partido Republicano no Senado dos Estados Unidos desistiram de seu esforço para acabar com o sistema de saúde atual e substituí-lo por outro modelo, após mais dois republicanos desistirem de apoiar a medida. Os senadores não conseguiram os votos necessários para aprovar a prioridade legislativa do presidente Donald Trump em seus primeiros sete meses no poder.

Em uma clara derrota para a liderança do partido governista, os senadores republicanos Mike Lee, de Utah, e Jerry Moran, do Kansas, tornaram-se na noite de segunda-feira o terceiro e o quarto nomes na Casa a se opor à versão mais recente do projeto de lei, que previa a revogação e a substituição de boa parte da legislação atual, conhecida como Obamacare por ter sido aprovada durante o governo do ex-presidente Barack Obama.

O comando republicano já perdido dois votos, dos senadores Rand Paul, do Kentucky, e Susan Collins, do Maine, e com a recusa de mais dois senadores não haveria apoio suficiente para avançar.

O líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, admitiu a derrota "Lamentavelmente, está claro agora que o esforço para repelir e imediatamente substituir o fracasso do Obamacare não será bem-sucedido", afirmou ele em comunicado.

Em uma estratégia que pode enfrentar mais dificuldades, o líder da maioria disse que o Senado, em vez disso, deve votar nos próximos dias um projeto aprovado no fim de 2015 para desmantelar boa parte do Obamacare - esse projeto foi vetado pelo então presidente Obama em janeiro de 2016.

Muitos senadores republicanos resistiram à estratégia, dizendo que não se sentiriam confortáveis em acabar com o modelo atual sem poder dizer a seus partidários o que passaria a vigorar no lugar dele.

Com 52 republicanos no Senado, McConnell precisa garantir pelo menos 50 votos para aprovar medidas, já que em caso de empate a decisão recai sobre o vice-presidente Mike Pence, também presidente do Senado. Nenhum democrata deve apoiar a medida. A oposição diz que os republicanos devem começar a trabalhar com eles para fortalecer o sistema de seguro-saúde.