Agência France-Presse
postado em 18/07/2017 15:12
Violentos incêndios florestais avançam no sul da Europa há dias, especialmente em Portugal, França, Itália e Croácia, onde as chamas alcançaram os arredores de Split, a segunda cidade do país.
Desde domingo, dezenas de incêndios florestais foram declarados na região de Split, destruindo cerca de 4.500 hectares de pinhais, arbustos e oliveiras, segundo os serviços de resgate.
Cerca de 80 pessoas, principalmente bombeiros, ficaram levemente feridas, e várias casas foram danificadas. Há cerca de 400 bombeiros e 100 militares mobilizados.
Na segunda-feira à noite, o fogo chegou à periferia de Split, destruindo veículos e obrigando a evacuar um shopping center.
Um lixão se incendiou e a cidade estava coberta por uma espessa nuvem de fumaça negra. Os bombeiros conseguiram, no entanto, controlar o incêndio na madrugada desta terça-feira.
Pessoas acampadas evacuadas
No vizinho Montenegro, vários incêndios florestais obrigaram, entre outras coisas, a evacuar uma centena de pessoas que estavam acampadas na península de Lustica (oeste), mas o vento diminuiu e a situação estava melhorando nesta terça-feira, segundo as autoridades.
[SAIBAMAIS]Na segunda-feira, Montenegro emitiu um pedido de ajuda internacional para combater os incêndios. Na manhã de terça-feira, todos estavam controlados, segundo os serviços locais de resgate.
No norte de Portugal, cerca de 1.400 bombeiros e uma dezena de aviões e helicópteros de extinção (carregados com água) estavam mobilizados para combater três grandes incêndios.
O fogo que avançava desde domingo na comuna de Alijó, no distrito de Vila Real, estava controlado em 80% do seu perímetro na manhã de terça-feira, graças ao trabalho de cerca de 600 bombeiros, anunciou a Proteção Civil.
Na véspera, as chamam tinha se intensificado e ameaçavam várias casas.
Centenas de bombeiros lutavam também contra as chamas em Mangualde, na região de Guarda.
As condições climáticas eram mais clementes nestas regiões na terça-feira, com temperaturas máximas previstas para menos de 30;C, em comparação com os mais de 35;C dos dias anteriores.
Em junho, Portugal sofreu o incêndio florestal mais mortífero da sua história, que deixou 64 mortos e 254 feridos na região central de Pedrógão Grande.
Na Itália, os incêndios continuam se espalhando e os bombeiros realizaram, na segunda-feira, cerca de 1.030 intervenções em todo o território.
Uma das regiões mais afetadas foi a de Lácio, onde fica Roma, com o incêndio de um pinhal no litoral, em um parque natural muito conhecido pelos romanos, onde um suposto piromaníaco foi detido.
Os fogos foram abafados ou controlados graças à intervenção de meios aéreos, como helicópteros e aviões Canadairs, mas nesta terça-feira foram identificados outros focos na Calábria, na província de Consença (sul).
Também recomeçaram os incêndios nos arredores de Nápoles, perto do bairro residencial de Posillipo, que não foi evacuado.
Uma pessoa morreu na segunda-feira ao cair do telhado, na região de Nápoles, após escalar para ver o avanço de um incêndio florestal próximo à sua casa.
Os incêndios se multiplicavam também no sul da França devido à velocidade do vento, ao calor e à seca, especialmente no norte da cidade de Nice e na ilha de Córsega.
Na manhã de terça-feira, mais de 450 bombeiros continuavam lutando contra um violento incêndio florestal ao norte de Nice, que destruiu 100 hectares mas que já tinha parado de avançar.
Na segunda-feira, cerca de 200 hectares de vegetação foram destruídos perto de Bonifacio, no sul de Córsega. E no fim de semana passado, 800 hectares foram queimados em Aix-en-Provence (sudeste), perto de Marselha, por um incêndio provavelmente provocado por uma guimba da cigarro mal apagada.