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Chefe do Estado-Maior da França renuncia após atrito com Macron

A possibilidade da saída do chefe do Estado-Maior agitava há dias os círculos militares, depois que ele criticou os cortes orçamentários em Defesa previstos por Macron para 2017


França em várias frentes
"Sempre velei, desde a minha nomeação, por manter um modelo de Exército que garanta a coerência entre as ameaças que pesam sobre França e Europa, as missões do nosso Exército que não param de aumentar e os meios orçamentários necessários para cumprir com eles", declarou De Villiers, que ocupou o cargo por três anos e meio. O novo chefe de Estado-Maior será nomeado nesta quarta-feira, durante um Conselho de Ministros, informou o gabinete do presidente.

De Villiers, um general apreciado, reclamava há tempos da falta de recursos alocados para os militares, no momento em que a França está empenhada em várias frentes contra o extremismo e contra a ameaça terrorista no Sahel (4 mil homens), no Oriente Médio (1.200) e no próprio território nacional (7.000), em razão dos recentes ataques terroristas.

Para o Exército, os cortes orçamentais anunciados na semana passada são ainda mais difíceis de aceitar, uma vez que o presidente Macron, eleito em 7 de maio, fez diversas declarações em favor dos militares desde que chegou ao poder.

No dia em que assumiu o cargo, percorreu a famosa avenida Champs-Élysées em um veículo militar e visitou feridos de guerra. Pouco depois, viajou para a base militar francesa em Gao, no Mali. Recentemente, visitou um submarino nuclear. Além desses gestos simbólicos, o presidente francês se comprometeu a dedicar 2% do PIB para gastos em defesa para o ano 2025, de acordo com suas promessas de campanha.