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Oposição inicia greve cívica contra Constituinte de Maduro na Venezuela

As vias de Caracas e de outras grandes cidades do país amanheceram desoladas e bloqueadas por barricadas


Marcela Máspero, coordenadora da União de Trabalhadores da Venezuela (UNETE) - uma das principais centrais operárias do país -, afirma que muitos empregados estão sendo pressionados, mas que, mesmo assim, apoiam a greve geral. "São dias importantes para o governo entender que uma saída democrática e pacífica para a crise, para os trabalhadores, significa retirar a Constituinte", declarou à AFP o líder sindical Froilán Barrios.

Os empresários, a quem Maduro acusa de travarem uma "guerra econômica" para derrubá-lo, apoiam a greve, alegando que a Constituinte instaurará um modelo econômico que vai piorar a crise do país, afetado por uma severa escassez de alimentos e de remédios, assim como por uma inflação voraz.

"A Assembleia Constituinte é apenas uma maneira de disfarçar a transformação da Venezuela em um Estado comunista", alertou o presidente da Fedecámaras, Carlos Larrazábal. O movimento de greve teve início na quarta-feira, quando opositores começaram a bloquear ruas e avenidas de Caracas. Desde ontem, vigora na capital uma greve parcial de transportes contra o aumento das passagens.

Os bloqueios foram espontâneos, não convocados pela dirigência opositora. Dezenas de estabelecimentos comerciais fecharam suas portas hoje, e muitos trabalhadores tiveram de caminhar por várias quadras debaixo de chuva, especialmente no leste de Caracas, onde os protestos se concentraram. O metrô funcionou normalmente