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Mais dois juiz de tribunal paralelo são detidos na Venezuela

As detenções aumentam a tensão em meio aos protestos contra Maduro que já deixou mais de cem mortos em quatro meses

Dois juízes de um tribunal paralelo designado pelo Parlamento venezuelano, de maioria opositora, foram detidos nesta terça-feira (25/7), elevando para três o número de juízes aprisionados, informou o Legislativo.
Os serviços de inteligência "mantém sob detenção os magistrados recém juramentados pela AN (Assembleia Nacional) Jesús Rojas Torres e Zuleima González" no estado de Anzoategui (leste), indicou a câmera em sua conta no Twitter.

No sábado, o juiz Ángel Zerpa foi detido, sendo levado perante um tribunal militar na segunda-feira, de acordo com a ONG Foro Penal e o líder da oposição Henrique Capriles.

A Procuradoria apresentou um recurso pedindo sua libertação.

Em 21 de julho, o Parlamento empossou 33 juízes paralelamente ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), alegando que os juízes deste organismo foram nomeados ilegalmente pela maioria chavista anterior e estão a serviço do governo.

A decisão faz parte da ofensiva lançada pela coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) contra o presidente Nicolás Maduro e sua convocatória a uma Assembleia Constituinte que será eleita no domingo.

O TSJ advertiu que a nomeação de uma nova corte configurava um delito de "usurpação de funções" e "traição à pátria", punível com prisão.

Maduro afirmou no domingo que, "um por um", todos os juízes eleitos pelo bloco de oposição "vão para a cadeia" e "terão seus bens, contas (...) congelados e ninguém irá defendê-los".

As detenções aumentam a tensão em meio aos protestos contra Maduro que já deixou mais de cem mortos em quatro meses.