Agência France-Presse
postado em 25/07/2017 14:22
Dois juízes de um tribunal paralelo designado pelo Parlamento venezuelano, de maioria opositora, foram detidos nesta terça-feira (25/7), elevando para três o número de juízes aprisionados, informou o Legislativo.
Os serviços de inteligência "mantém sob detenção os magistrados recém juramentados pela AN (Assembleia Nacional) Jesús Rojas Torres e Zuleima González" no estado de Anzoategui (leste), indicou a câmera em sua conta no Twitter.
No sábado, o juiz Ángel Zerpa foi detido, sendo levado perante um tribunal militar na segunda-feira, de acordo com a ONG Foro Penal e o líder da oposição Henrique Capriles.
A Procuradoria apresentou um recurso pedindo sua libertação.
Em 21 de julho, o Parlamento empossou 33 juízes paralelamente ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), alegando que os juízes deste organismo foram nomeados ilegalmente pela maioria chavista anterior e estão a serviço do governo.
A decisão faz parte da ofensiva lançada pela coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) contra o presidente Nicolás Maduro e sua convocatória a uma Assembleia Constituinte que será eleita no domingo.
O TSJ advertiu que a nomeação de uma nova corte configurava um delito de "usurpação de funções" e "traição à pátria", punível com prisão.
Maduro afirmou no domingo que, "um por um", todos os juízes eleitos pelo bloco de oposição "vão para a cadeia" e "terão seus bens, contas (...) congelados e ninguém irá defendê-los".
As detenções aumentam a tensão em meio aos protestos contra Maduro que já deixou mais de cem mortos em quatro meses.