Agência France-Presse
postado em 26/07/2017 10:48
Washington, Estados Unidos - O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (26/7) que as Forças Armadas de seu país não aceitarão, nem permitirão a presença no serviço de pessoas transgênero, em função dos custos médicos e dos transtornos que representam. "Nossos militares devem estar concentrados na vitória decisiva e arrasadora", alegou o presidente em sua conta no Twitter.
Trump acrescentou que a decisão foi tomada "depois de consulta com generais e especialistas militares". Em junho, o secretário americano da Defesa, Jim Mattis, suspendeu por seis meses um plano elaborado durante o governo de Barack Obama para aceitar recrutas transgênero.
[SAIBAMAIS]Calcula-se que entre 2.500 e 7 mil pessoas transgênero sirvam em diversos setores das Forças Armadas dos Estados Unidos. A questão dos direitos dos transgêneros se tornou, em 2016, centro de uma controvérsia sobre a adoção de regulação para cada Estado a respeito do uso de banheiros públicos comuns.
Já em fevereiro o governo Trump enfrentou protestos pela decisão de suspender uma normativa adotada pela administração Obama, que incentivava as escolas públicas a permitir que os alunos usassem o banheiro correspondente a sua identidade de gênero. O mais famoso militar transgênero nos Estados Unidos é a ex-analista de Inteligência Chelsea Manning, que passou sete anos na prisão por vazar milhares de documentos sigilosos das Forças Armadas ao site WikiLeaks.
Manning ingressou nas Forças Armadas e começou sua carreira militar como o soldado Bradley Manning. Durante seu período em prisão, começou um tratamento hormonal e o processo de transição até adotar seu novo nome. Perdoado por Obama nos últimos dias de seu governo, Manning ainda é ligado ao Exército americano e mantém os benefícios de seu posto, mas se transformou em um ícone para os ativistas dos direitos humanos das pessoas transgênero.