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Maduro rejeita 'insolente' sanção dos EUA contra funcionários venezuelanos

Para frear a votação, a oposição começou nesta quarta-feira (26/7) uma greve de 48 horas, entre protestos que já deixaram 104 mortos em quatro meses e exigem também a saída de Maduro do poder

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou nesta quarta-feira a sanção dos Estados Unidos contra 13 funcionários e ex-colaboradores de seu governo, que qualificou de "insolente".
Maduro chamou de "ilegal, insolente e insólita a pretensão de um país de sancionar outro país. O que pensam os imperialistas dos Estados Unidos? Que são o governo mundial?! (...) Não aceitamos" - declarou o presidente.

O governante socialista condecorou os sancionados, entregando-os réplicas da espada do herói Simón Bolívar, em um ato de campanha pela Assembleia Constituinte.

"Os filhos de Bolívar não se rendem", exclamou Maduro, enquanto os presentes entoavam frases "anti-imperialistas".

O departamento do Tesouro americano anunciou nesta quarta-feira sanções econômicas contra os funcionários por "minar a democracia" e por sua "responsabilidade" em atos de violência ou corrupção. É o terceiro pacote de medidas aplicado por Washington a venezuelanos.

Entre os assinalados destacam-se os ministros de Educação e Defesa, Elías Jaua e Néstor Reverol; a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena; e o defensor público, Tarek William Saab, que tiveram seus bens congelados nos Estados Unidos.

[SAIBAMAIS]As sanções coincidem com um momento-chave, pois a oposição propõe um "boicote" às eleições da Constituinte, que considera uma manobra para instaurar "uma ditadura".

O presidente americano, Donald Trump, ameaçou aplicar sanções ao governo de Maduro se persistisse em impulsionar a Assembleia para modificar a Carta Magna.

São "formas de pressão para ver se quebram o Estado venezuelano [...] e posso dizer que as sanções [...] representam uma vitória do Estado venezuelano, que está firme, de pé, unido, se fortalecendo, rumo à Constituinte", afirmou Maduro.

Para frear a votação, a oposição começou nesta quarta-feira uma greve de 48 horas, entre protestos que já deixaram 104 mortos em quatro meses e exigem também a saída de Maduro do poder.

"Garantimos em 30 de julho a voz a todos os venezuelanos e venezuelanas. Se me sancionarem por isso, bem-vindas essa e todas as sanções que possam surgir", expressou Lucena ao ser condecorada.

"Graças a Deus esses imbecis pensaram em me sancionar. É o melhor reconhecimento ao meu espírito antirrevolucionário", expressou a ex-ministra Iris Varela, enquanto recebia sua espada.