Agência France-Presse
postado em 27/07/2017 15:18
Um tribunal turco-cipriota liberou nesta quinta-feira (27/7) a tripulação do C-Star, um navio fretado por militantes de extrema-direita para lutar contra a imigração ilegal, informou um jornal local.
O capitão, seu primeiro oficial, o proprietário do barco e os sete membros da tripulação, que haviam sido detidos na quarta-feira (26/7), foram liberados, segundo o jornal Kibris Postasi.
A imprensa havia indicado que uma das causas da detenção seria por suspeita de uso de documentos falsos.
[SAIBAMAIS]A televisão pública turco-cipriota BRT informou, por sua vez, que o grupo foi liberado por falta de provas.
A operação "Defend Europe" (Defendendo a Europa) é conduzida pela rede europeia Generation Identitaire (GI).
Graças a uma campanha de coleta de fundos lançada em meados de maio na Internet, e apesar de uma campanha de oposição que forçou o serviço de pagamento online Paypal a congelar sua conta, os ativistas levantaram mais de 87.000 dólares (76.000 euros) com cerca de mil doadores.
Esses recursos foram usados para alugar o C-Star e sua tripulação.
Na semana passada, o grupo de extrema-direita denunciou que o navio havia permanecido bloqueado por uma semana no canal de Suez, porque algumas ONGs acusaram seu proprietário de transportar imigrantes.
Segundo o jornal Kibris Postasi, 20 pessoas que estavam a bordo do navio e que disseram ser estudantes, foram levadas ao aeroporto. O veículo se limitou a dizer que cinco haviam apresentado pedido de asilo.
O objetivo do grupo é "mostrar a verdadeira face das ONGs que se dizem humanitárias, sua colaboração com a máfia dos contrabandistas e as consequências mortais de suas atividades no mar", explica Clement Galant, em um vídeo nas redes sociais.
"Durante nossa missão, quando cruzarmos com barcos cheios de imigrantes ilegais, vamos chamar a Guarda Costeira líbia para que eles possam vir resgatá-los", acrescentou.
A expectativa do grupo é que os imigrantes sejam reconduzidos para esse país do norte da África.
Para a Guarda Costeira italiana, a Líbia não oferece um "porto seguro" no que diz respeito ao Direito Marítimo e, nesse sentido, seus agentes organizam a transferência - para a Itália - dos migrantes socorridos em tarefas sob sua coordenação.