Agência France-Presse
postado em 28/07/2017 17:49
Os Estados Unidos e a Coreia do Sul analisavam nesta sexta-feira (28/7) "opções de resposta militar" após o lançamento de um míssil balístico intercontinental pela Coreia do Norte, semanas depois de Pyongyang ter testado seu primeiro míssil balístico intercontinental, dando mais um passo na crise internacional com o regime comunista.
O general Joe Dunford, chefe do Estado-Maior Conjunto americano, e o almirante Harry Harris, responsável do comando americano no Pacífico, falaram com o general Lee Sun Jin, chefe do Estado-Maior Conjunto sul-coreano.
"Durante a ligação, Dunford e Harris expressaram seu compromisso blindado com a aliança Estados Unidos-Coreia do Sul", informou o gabinete de Dunford em comunicado.
"Os três chefes também analisaram diversas opções de resposta militar", acrescentou.
O Pentágono foi o primeiro a informar sobre este teste norte-coreano, poucas semanas depois de Pyongyang realizar com sucesso o primeiro lançamento de um míssil intercontinental capaz de alcançar o território americano.
[SAIBAMAIS]Enquanto as autoridades americanas indicaram que o míssil "teve uma trajetória de cerca de 1.000 km antes de cair no Mar do Japão", Moscou indicou que o projétil "tem as características de um míssil de médio alcance".
O lançamento aconteceu às 14H45 GMT (11H45 de Brasília), indicou o porta-voz do Pentágono, o capitão Jeff Davis.
As Forças Armadas da Coreia do Sul e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, também confirmaram o lançamento, que segundo os cálculos dos Estados Unidos caiu no Mar do Japão. Em Seul e Tóquio, os governos convocaram reuniões dos seus conselhos de Segurança Nacional.
A ação da Coreia do Norte também teve repercussão fora da região do Pacífico. A União Europeia advertiu que o lançamento de um novo míssil "ameaça seriamente a paz e a segurança internacional".
Militares americanos e a Coreia do Sul tinham alertado nos últimos dias que a Coreia do Norte parecia se preparar para outro teste de mísseis, provavelmente de um míssil balístico intercontinental (ICBM) ou de um foguete de alcance intermediário.
Enquanto isso, militares americanos se preparam para realizar outro teste de um sistema de interceptação de mísseis no Alasca, que poderia ocorrer no sábado.
O teste do sistema de Defesa de Área de Alta Altitude Terminal (THAAD) estava programado antes de se saber do lançamento norte-coreano desta sexta.
Os Estados Unidos contam com várias capacidades de defesa antimísseis, com componentes desenhados para derrubar diferentes tipos de mísseis em diferentes fases de voo.
"Bastardos americanos"
Pyongyang provocou alarme mundial em 4 de julho quando testou seu primeiro ICBM, que segundo especialistas poderia atingir o Alasca.
O líder norte-coreano, Kim Jong-Un, que supervisionou pessoalmente esse lançamento no Dia da Independência dos Estados Unidos, o descreveu como um presente para os "bastardos americanos".
Este disparo gerou tensões na região, colocando Washington, Tóquio e Seul contra Pequim, o último grande aliado de Pyongyang.
Depois do teste, os Estados Unidos pressionaram a Organização das Nações Unidas para que adotasse medidas mais duras contra Pyongyang.
No total, a ONU impôs seis pacotes de sanções contra a Coreia do Norte desde que o país testou pela primeira vez um dispositivo atômico, em 2006, mas duas resoluções aprovadas no ano passado endureceram significativamente estas medidas.
Até agora, a estratégia dos Estados Unidos, tanto do governo de Donald Trump como do de Barack Obama, não deu frutos.
Apesar de um fortalecimento das sanções internacionais e da pressão da ONU sobre a China, o regime de Kim Jong-Un continuou com seus programas militares balísticos e nucleares.
Esta semana, no entanto, a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, informou de progressos nos diálogos com Pequim para impor novas sanções "bastante duras" contra a Coreia do Norte.
Após o lançamento do primeiro míssil intercontinental, Haley disse ao Conselho de Segurança que esperava apresentar em alguns dias novas medidas, como cortar o abastecimento de petróleo, proibir a entrada de trabalhadores da Coreia do Norte, assim como a imposição de novas restrições aéreas e marítimas a Pyongyang