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Cinco pessoas morrem em protestos da Constituinte venezuelana

Entre as vítimas, havia um candidato e um líder da oposição da convocação da Assembleia Constituinte

Agência France-Presse
postado em 30/07/2017 16:37

Entre as vítimas, havia um candidato e um líder da oposição da convocação da Assembleia Constituinte

A realização da Assembleia Constituinte convocada na Venezuela pelo presidente Nicolás Maduro foi violenta. Pelo menos cinco pessoas foram mortas em protestos contra ou a favor do pleito, neste domingo (30/7).

Ángelo Méndez, de 28 anos, e Eduardo Olave, de 39 anos morreram baleados em uma manifestação contra a realização da Constituinte. Os corpos deles foram encontrados em uma escola no bairro de Jacinto Plaza, em Mérida.

Luis Zambrano, de 43 anos, "recebeu um disparo na cabeça durante uma manifestação" em Barquisimeto, capital do estado de Lara, no oeste do país. A manifestação também era contrária à Constituinte.

O dirigente da oposição à assembleia Ricardo Campos, de 30 anos, morreu na madrugada em um protesto pouco antes do início da votação. Ricardo morreu em Cumaná, no estado de Sucre, em circunstâncias que estão sendo investigadas. O deputado opositor Henry Ramos Allup informou que Campos era secretário local para juventude do partido Ação Democrática (AD) e que foi morto a tiros.

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Candidato à Assembleia Constituinte na Venezuela, o advogado José Félix Pineda foi assassinado a tiros na véspera da eleição, anunciou o Ministério Público. "Um grupo de pessoas invadiu no sábado à noite a residência de Pineda, de 39 anos, em Ciudad Bolívar (sudeste), e ele foi atingido por vários tiros", informou o MP no Twitter, sem especificar possíveis motivos.

A votação para a escolha dos 545 integrantes da Constituinte acontece em todo o país, com 6.120 candidatos, apesar da ameaça da oposição de um "boicote" contra a iniciativa do presidente Nicolás Maduro em meio a uma onda de protestos que deixou 113 mortos em quatro meses.

"Por José Félix Pineda e por muitos, necessário é lutar por (uma) vitória que acabe com a aberração política que desejam implantar", escreveu nas redes sociais Francisco Rangel, governador do estado Bolívar, insinuando que este foi um crime político.

A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), que denuncia o projeto de Maduro como uma "fraude" que acabará com a democracia, convocou um protesto neste domingo em Caracas e os bloqueios de avenidas em todo o país.

A ONG Provea, acusada pelo governo de apoiar a oposição, repudiou o assassinato de Pineda e exigiu do MP uma "investigação oportuna sobre os responsáveis".

Pineda é o segundo candidato à Constituinte assassinado. No dia 10 de julho, José Luis Rivas morreu ao ser baleado durante um evento de campanha na cidade de Maracay (centro-norte).

O Ministério Público não vinculou até o momento os assassinatos a motivações políticas.

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