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EUA testam com êxito sistema de interceptação de mísseis de médio alcance

O Exército dos Estados Unidos anunciou neste domingo (30) o teste

Agência France-Presse
postado em 30/07/2017 22:01
O Exército dos Estados Unidos anunciou neste domingo (30) um teste de interceptação de um míssil balístico de médio alcance, em um contexto de crise com a Coreia do Norte.

Na sexta-feira (28), Pyongyang disparou um míssil intercontinental com capacidade para alcançar o território americano.

Ontem, o presidente Donald Trump declarou que não permitiria que a China não fizesse "nada" em relação à Coreia do Norte. Neste domingo, o governo norte-coreano reafirmou uma possível represália em caso de provocações militares provenientes de Washington.

O Ministério das Relações Exteriores de Pyongyang disse hoje que o teste do míssil ICBM "tem como objetivo lançar uma séria advertência aos Estados Unidos, que multiplicam seus comentários insensatos, promovem freneticamente sanções e uma campanha com o intuito de pressionar a RDCP (a República Popular Democrática da Coreia)", segundo um comunicado divulgado pela agência de notícias norte-coreana KCNA.

Os Estados Unidos lançaram, por sua vez, um míssil de um avião militar de carga C17 sobre o Pacífico. O artefato foi interceptado pelo sistema THAAD (Terminal High Altitutd Area Defense), com base no Alasca, relata um comunicado da agência responsável pela defesa antimísseis (Missile Defense Agency, MAD).

A agência destacou sua marca perfeita, já que, dos 15 testes realizados, 15 foram bem-sucedidos.

O sistema começou a ser instalado na Coreia do Sul para uma resposta melhor à ameaça norte-coreana. O novo governo de Seul optou por suspender sua instalação, porém, após as críticas da China, alegando a necessidade de fazer uma nova avaliação do impacto ambiental.

No sábado, após um segundo teste com sucesso de um míssil balístico intercontinental por parte de Pyongyang, o ministro da Defesa da Coreia do Sul, Song Young-Moo, advertiu para a possibilidade de acelerar o deslocamento e a instalação do escudo antimísseis americano.

O escudo inclui seis lançadores, dos quais dois já foram instalados a 300 quilômetros de Seul.

De qualquer modo, o THAAD não foi concebido para interceptar mísseis balísticos intercontinentais. Para isso, as Forças Armadas americanas contam com outro sistema, o GMD, instalado no Alasca e na Califórnia.

O líder norte-coreano, Kim Jong-Un, disse estar orgulhoso de que "todo o território dos Estados Unidos" esteja a seu alcance "a qualquer lugar e momento" desde o lançamento de um um ICBM na sexta-feira, o segundo em um mês. Os especialistas acreditam que, agora, a Coreia do Norte seja capaz de alcançar a Costa Leste dos Estados Unidos.

- ;Pior do que nada; -
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, declarou que "não faz sentido" convocar uma estéril sessão de emergência no Conselho de Segurança da ONU, assegurando que uma resolução fraca seria "pior do que nada", diante das repetidas violações por parte da Coreia do Norte.

"Envia a mensagem - para o ditador norte-coreano - de que a comunidade internacional não tem a real intenção de enfrentá-lo", criticou.

Nikki convocou China, Japão e Coreia do Sul a aumentarem a pressão sobre a Coreia do Norte.

"A China deve decidir se está, realmente, disposta a dar o próximo passo. O tempo do diálogo já passou", insistiu a embaixadora americana.

Já o ministro japonês das Relações Exteriores, Fumio Kishida, disse ter tratado com os EUA sobre uma resolução do Conselho de Segurança. Segundo o chanceler, em conversa por telefone com o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, os dois concordaram sobre a necessidade de "exercer a maior pressão possível" sobre Pyongyang.

"Confirmamos que vamos cooperar na adoção de uma nova resolução (do Conselho de Segurança da ONU), incluindo severas medidas, e trabalhando com China e Rússia", disse Kishida à imprensa.

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