Agência France-Presse
postado em 31/07/2017 19:40
Los Angeles entrou em acordo com o Comitê Olímpico Internacional (COI) e anunciou formalmente a candidatura para sediar os Jogos Olímpicos de 2028, nesta segunda-feira (31/7), o que abre caminho para Paris organizar a edição de 2024.
"A candidatura olímpica e paralímpica de Los Angeles, em cooperação com o COI, anunciou hoje sua intenção de organizar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2028 e seu acordo com o contrato de cidade sede 2028", indicou o comitê organizador em comunicado.
Este acordo vai garantir que LA receba as Olimpíadas pela terceira vez na história, depois das edições de 1932 e 1984.
Com o acordo, Paris garantiria a sede da edição de 2024, 100 anos depois da celebração de Paris 1924. A capital francesa era a única concorrente da cidade americana para 2024.
Os funcionários do comitê de candidatura de LA não confirmaram o acordo, mas ainda é esperado um anúncio do COI nesta segunda-feira.
LA 2024 programou coletiva de imprensa para as 21:00h, pelo horário de Brasília, com o prefeito Eric Garcetti e o chefe do comitê organizador local, Casey Wasserman, "para realizar um anúncio sobre a candidatura da cidade para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos".
A possibilidade de Los Angeles abandonar a edição de 2024 e aceitar a de 2028 cresceu em julho, quando o COI decidiu por uma votação dupla das sedes em Lima.
Na semana passada, Garcetti revelou que "seria estúpido" não aceitar ser anfitrião em 2028.
[SAIBAMAIS]Mas ainda era necessário que os acordos financeiros garantidos para a edição de 2024 fossem viáveis quatro anos mais tarde, o que criou obstáculos.
Os detalhes do acordo ainda não foram disponibilizados. Não estava claro se a LA 2024 teria conseguido financiamento adicional ou concessões financeiras para compensar as preocupações planejadas.
Além de Los Angeles, os Estados Unidos receberam os Jogo Olímpicos em 1996, em Atlanta.
"Muitas partes interessadas"
Em julho, o presidente do COI, Thomas Bach, comentou que esperava que o acordo entre as três partes pudesse ser alcançado até o final de agosto, o que permitiria o organismo se preparar para Lima, onde vai ser realizado o anúncio oficial.
O movimento olímpico tem tido cada vez mais problemas para atrair anfitriões, devido ao aumento dos custos e do apoio dos contribuintes necessários para colocar nos Jogos.
Paris e Los Angeles montaram ofertas modernas, exemplares e com custos reduzidos, já que vão utilizar instalações já existentes.
A cidade americana, no entanto, precisa garantir que os acordos financeiros para o orçamento previsto de 5,3 bilhões para 2024 ainda sejam viáveis quatro anos depois.
"Existem muitas partes interessadas", observou o chefe executivo do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, Scott Blackmun, em junho, quando a ideia de assumir a organização de 2028 começou a ganhar força.
"Quando mudamos as regras do compromisso, é preciso garantir que os interessados aprovam", acrescentou.
No entanto, vários funcionários da prefeitura de Paris deram a entender que já não há dúvidas de que a capital francesa vai organizar os Jogos de 2024.
"Ite missa est", tuitou o secretário de esportes de Paris, Jean-François Martins, utilizando uma frase em latim que poderia ser traduzida como "o negócio está feito".
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, se declarou feliz com a atitude de Los Angeles. No Twitter e Facebook, recordou que "no início de julho os membros do COI abriram o caminho para uma dupla atribuição dos Jogos 2024 e 2028".
"Desde então, trabalhamos todos juntos para construir um acordo inovador e positivo que permitiria criar três vencedores: a família olímpica, Paris e Los Angeles. Estou feliz que meu amigo Eric Garcetti, prefeito de Los Angeles, dê hoje este novo passo importante", acrescentou a prefeita.
O texto continua dizendo que as "negociações entre as duas cidades e o COI continuarão ao longo do mês de agosto. Queremos propor aos membros do COI o acordo mais ambicioso possível para o futuro do olimpismo".
"Vamos fazer todo o possível para que a votação de Lima em 13 de setembro seja um momento histórico", concluiu Hidalgo.