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Turquia julga quase 500 acusados por tentativa de golpe de Estado de 2016

Os acusados são suspeitos de organizar o golpe de Estado frustrado contra o presidente, Recep Tayyip Erdogan a partir da base aérea de Akinci, ao noroeste de Ancara, apresentada como o centro de comando dos golpistas


O principal acusado é o líder religioso Fethullah Gülen, que será julgado à revelia. O clérigo, apontado pelo governo como o responsável pela tentativa de golpe, mora no exílio na Pensilvânia, Estados Unidos, e nega todas as acusações. Adil Oksuz, considerado o líder operacional do golpe frustrado, está foragido. Pouco depois da intentona ele foi detido, mas acabou liberado por ordem de um juiz.

O empresário Kemal Batmaz, detido em uma prisão de Ancara, e o ex-comandante da Aeronáutica Akin Ozturk comparecem como acusados. Os réus enfrentam acusações de homicídio, violação da Constituição e tentativa de assassinato contra o presidente Recep Tayyip Erdogan.

As autoridades mobilizaram um amplo dispositivo de segurança, com 1.130 agentes dentro e fora da sala de audiência. A operação também conta com veículos blindados, franco-atiradores e um drone de vigilância. Em maio, outro processo contra quase 200 acusados de participação na tentativa de golpe aconteceu sob fortes medidas de segurança. Na ocasião, grupos de manifestantes também pediram a pena de morte para os réus.

Em fevereiro, o mesmo local recebeu um processo similar contra 330 pessoas. Durante a tentativa de golpe morreram quase 250 pessoas, sem considerar as pessoas envolvidas no intentona que faleceram. Vários processos foram abertos nos últimos meses e quase 50.000 pessoas acusadas de serem partidárias de Gülen foram detidas.