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Talibãs do Paquistão lançam revista para mulheres

revista, escrita em inglês, inclui um artigo de uma doutora paquistanesa que fala de sua decisão de negar a educação ocidental e abraçar o Islã, intitulado "Minha viagem da ignorância à orientação"

Agência France-Presse
postado em 01/08/2017 15:42
Os talibãs do Paquistão lançaram nesta terça-feira (2/8) a primeira edição de uma revista feminina que aparentemente tem a intenção de convencer suas leitoras a se unirem ao grupo para empreender a jihad.
A primeira edição de "Sunnat E Khaula", publicada pelo movimento talibã paquistanês (TTP), leva na capa a fotografia de uma mulher coberta dos pés à cabeça.

O nome da publicação pode ser traduzido como "O caminho de Khaula", e faz referência a uma das primeiras mulheres seguidoras do profeta Maomé.

Esta edição inclui uma entrevista com a esposa do líder do TTP - cujo nome não é especificado -, falando sobre o seu casamento com o chefe do grupo, Fazlullah Khorasani, quando tinha 14 anos.

Em referência aos casamentos de menores de idade, a esposa do líder diz ao entrevistador: "temos que compreender que as crianças e os jovens, se ficarem solteiros durante muito tempo, podem se tornar uma fonte de destruição moral para a sociedade".

"Queremos estimular as mulheres islâmicas a dar um passo à frente e se unirem às fileiras dos mujahidin [guerreiros santos] do Islã", afirma na abertura do editorial da revista, que inclui uma coluna de conselhos para mulheres potencialmente jihadistas.

[SAIBAMAIS]"Organizem reuniões secretas em casa e convidem irmãs jihadistas com opiniões similares", sugere a coluna.

"Distribuam livros que refletem a obrigação da jihad, organizem aulas de treinamento físico com suas irmãs. Aprendam a usar armas simples. Aprendam a usar granadas", aconselha.

A revista, escrita em inglês, também inclui um artigo de uma doutora paquistanesa que fala de sua decisão de negar a educação ocidental e abraçar o Islã, intitulado "Minha viagem da ignorância à orientação".

Os talibãs, no ponto alto de sua influência no Paquistão, frequentemente lançam publicações em urdu e inglês, esperando atrair recrutas para suas fileiras.

O grupo também está ativo no Facebook e Twitter, embora a maioria de seus perfis nas redes sociais tenha sido bloqueada.

O Exército paquistanês lançou uma ofensiva contra grupos insurgentes no noroeste do país no fim de 2014, depois que os talibãs atacaram um colégio gerido por militares e mataram mais de 150 pessoas, a maior parte crianças.

A segurança melhorou desde então, apesar de os talibãs continuarem realizando ataques esporádicos. Em um deles, no mês passado em um mercado de Lahore, mataram 26 pessoas.

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