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Maduro "não é ditador", diz ministro de Defesa ao rejeitar sanção dos EUA

Apesar da forte reprovação internacional, Maduro levou adiante a Assembleia Constituinte com o apoio dos militares e dos poderes judicial e eleitoral

Agência France-Presse
postado em 01/08/2017 17:34
O ministro de Defesa da Venezuela, o general Vladimir Padrino López, ressaltou que o presidente Nicolás Maduro "não é um ditador", como classificou os Estados Unidos ao impor sanções ao país após o avanço da eleição da Assembleia Constituinte.
"Não é um ditador. Não é um ditador quem convoca eleições, quem recorre à Constituição (...) quem trabalhou pela paz dos venezuelanos e que procurou evitar o que setores apátridas invocam todos os dias: a morte, a guerra civil", disse o ministro.

O Tesouro americano acusou Maduro de ser um "ditador" e na segunda-feira (31/7) congelou todos os ativos que o presidente pudesse ter em território americano, um dia depois da eleição da Constituinte, na qual, de acordo com número divulgado, mais ou menos oito milhões de venezuelanos votaram.

"A Força Armada Nacional Bolivariana novamente eleva a sua voz diante do mundo inteiro para manifestar sua profunda indignação, além da mais categórica recusa ao novo e infeliz ato de ingerência" dos Estados Unidos, disse o general Padrino López, que leu um comunicado junto à cúpula militar.

[SAIBAMAIS]Na segunda-feira, Maduro declarou não obedecer "ordens imperialistas", após ser incluído na lista de líderes sancionados pelos Estados Unidos, na qual estão Bashar al Assad (Síria), Robert Mugabe (Zimbábue) e Kim Jong-Un (Coreia do Norte).

"Ao tentar injustamente manchar seu talento democrático sob argumentos insensatos e ilegais ofende também a soberania e a dignidade de seus concidadãos", acrescentou o ministro, que reiterou, em nome das Forças Armadas, "lealdade incondicional" a Maduro.

Da mesma forma, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Maikel Moreno, e o Defensor Público, Tarek William Saab, também não aprovaram as sanções e expressaram o seu apoio ao presidente.

Apesar da forte reprovação internacional, Maduro levou adiante a Assembleia Constituinte com o apoio dos militares e dos poderes judicial e eleitoral.

Na semana passada, Washington impôs sanções a 13 funcionários próximos a Maduro, incluindo a presidente do poder eleitoral, Tibisay Lucena.

Argumentando que o sistema proposto pela Assembleia era "fraudulento", a oposição venezuelano se negou a participar das eleições da Constituinte, alegando que instaurará um regime comunista no país petroleiro.

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