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Odebrecht vai pagar US$ 220 milhões ao Panamá por escândalo de corrupção

A empreiteira também se comprometeu a fornecer informações relacionadas aos seus funcionários no Panamá e aos processos contra a empresa que seguem em curso

Agência France-Presse
postado em 01/08/2017 17:37
Policiais fazem operação em prédio da Odebrecth no Panamá (18/1)
Após admitir o pagamento de propina para ganhar a licitação de obras públicas, a Odebrecht fechou um acordo para pagar uma sanção de 220 milhões de dólares ao Panamá e colaborar com as investigações de corrupção que envolvem, entre outros, o ex-presidente Ricardo Martinelli.
O anúncio foi feito nesta terça-feira (1/8) pela Procuradora-Geral, Kenia Porcell. "Em 26 de julho, o Ministério Público (MP) assinou um acordo de colaboração eficaz com a empresa", diz um comunicado lido por ela numa coletiva de imprensa.

Com o acordo, "a empresa se compromete a pagar por uma sanção econômica na ordem de 220 milhões de dólares", completou Porcell.

A Odebrecht admitiu ter pago 59 milhões de dólares em propinas a funcionários do governo do Panamá entre 2010 e 2014.

A empreiteira se comprometeu também a fornecer informações relacionadas aos seus funcionários no Panamá e aos processos contra a empresa que seguem em curso.

Segundo Porcell, o montante da multa se baseou nos 59 milhões reconhecido pela Odebrecht. A essa quantia, foi adicionado um percentual dos 700 milhões de dólares relacionados à Odebrecht que, segundo o órgão, passaram pelo sistema bancário do país.

O MP informou, na semana passada, que 43 pessoas foram denunciadas no Panamá pelo escândalo, mas não revelou seus nomes. O ex-presidente Martinelli, seus filhos e vários funcionários de seu governo estavam envolvidos no esquema.

Segundo Porcell, o compromisso da empresa brasileira "parte do reconhecimento de todos os atos ilícitos de empregados, administradores, dirigentes ou terceiros contratados".

"Trabalhamos com a certeza de que estamos liderando um processo histórico de luta contra a corrupção como nunca antes tinha acontecido no país", destacou Porcell.

O ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla, acusou, na semana passada, em entrevista ao El País, o presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, de receber doações da empreiteira para campanhas políticas.

Ele também disse que construtora teria dado dinheiro a fornecedores de uma empresa ligada a Varela, que respondeu que "não estou sendo investigado por ninguém. O que ele diz é totalmente falso".

O número dois do MP, Rolando Rodríguez, negou nesta segunda-feira que haja acusações contra Varela neste caso.

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