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Venezuela: poder eleitoral rejeita denúncia de fraude em eleição

A oposição venezuelana, que muitas vezes questionou a transparência do sistema de votação eletrônico, insistiu que no domingo passado houve fraude eleitoral

"É uma afirmação irresponsável com base em estimativas sem fundamentos no dado manejado exclusivamente" pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), disse a sua presidente, Tibisay Lucena, em resposta à acusação feita nesta quarta, por meio da imprensa, pela empresa Smartmatic.

"Trata-se de uma opinião sem precedentes por parte de uma empresa cujo único papel no processo eleitoral é fornecer certos serviços e suporte técnico que não são determinantes em seus resultados", afirmou Lucena.

[SAIBAMAIS]A presidente do CNE ressaltou que "não é uma empresa privada radicada fora do país que garante a transparência e a credibilidade do sistema eleitoral venezuelano".

A Smartmatic ganhou em fevereiro de 2004 a licitação para o processo de automatização das eleições na Venezuela e forneceu na época a tecnologia para um referendo revogatório contra o então presidente Hugo Chávez, falecido em 2013.

Lucena não descartou ações legais contra a empresa. Segundo ela, a denúncia é feita "em um contexto de agressão permanente" e depois que o governo dos Estados Unidos lhe impôs uma sanção "pelo único motivo de organizar uma eleição universal, direta e secreta", como se referiu à Constituinte.

A oposição venezuelana, que muitas vezes questionou a transparência do sistema de votação eletrônico, insistiu que no domingo passado houve fraude eleitoral.

Promovida pelo presidente Nicolás Maduro, a Constituinte será instalada na quinta-feira (3/8).

Segundo o mandatário, será um suprapoder que regirá por tempo indefinido.