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'Nunca' vão tirar a Venezuela do Mercosul, diz Maduro a rádio argentina

Essa é a segunda vez que o Mercosul, fundado em 1991, aplica essa cláusula assinada em 1998 no Ushuaia

"Não vão tirar a Venezuela do Mercosul. Nunca. Somos Mercosul de alma, coração e vida. Algumas oligarquias golpistas, como a do Brasil, ou miseráveis, como a que governa a Argentina, poderão tentar mil vezes, mas sempre estaremos aí", repondeu Maduro em declarações à Rádio Rebelde da Argentina.


Os chanceleres da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, fundadores do Mercosul, decidiram neste sábado (5/8), de forma unânime, excluir a Venezuela do bloco por "ruptura da ordem democrática".

"A suspensão da Venezuela foi aplicada em função das ações do governo de Nicolás Maduro e é um chamado imediato para o início de um processo de transição política e restauração da ordem democrática", declara o comunicado assinado pelos ministros após uma reunião em São Paulo.

Essa é a segunda vez que o Mercosul, fundado em 1991, aplica essa cláusula assinada em 1998 no Ushuaia, na Argentina, ratificada e ampliada em 2011. Ela estipula que "a plena vigência de instituições democráticas é essencial" para a integração regional.

Na prática, a decisão quase não muda a situação da Venezuela no grupo, já que o país está suspenso do bloco desde dezembro de 2016 por não cumprir obrigações comerciais com as quais tinha se comprometido quando entrou no Mercosul, em 2012. O único precedente de aplicação do "Protocolo do Ushuaia" foi em 2012, contra o Paraguai, após a destituição do presidente Fernando Lugo.