Agência France-Presse
postado em 07/08/2017 14:53
Os cerca de 14 chanceleres da América Latina que na terça-feira se reunirão em Lima querem criar "um grupo permanente" de acompanhamento da situação na Venezuela, disse nesta segunda-feira (7/8) o ministro das Relações Exteriores do Chile, Heraldo Muñoz.
O encontro - ao qual comparecerão, entre outros, os representantes de Brasil, Chile, Peru, México, Colômbia, Argentina, Paraguai, Uruguai e Costa Rica- foi convocado no domingo 30 de julho, dia em que foram escolhidos os membros da Assembleia Constituinte impulsionada pelo presidente Nicolás Maduro e que tem o objetivo de redigir uma nova Carta Magna.
As eleições foram realizadas em meio ao rechaço da comunidade internacional e da oposição venezuelana, que não participou por considerar a Constituinte um mecanismo para Maduro se manter no poder.
"Queremos formar um grupo permanente para insistir no caminho de uma negociação, porque todo o conflito em algum momento tem que chegar a uma negociação", disse Muñoz em entrevista à rádio ADN de Santiago.
"O futuro da Venezuela tem que ser resolvido pelos próprios venezuelanos, mas os países da região têm o papel de colaborar para encontrar essa solução, ainda que seja difícil", acrescentou o ministro.
Seis opositores ao governo de Nicolás Maduro, entre eles cinco juízes nomeados pela Assembleia Nacional, estão abrigados na residência do embaixador do Chile em Caracas e terão asilo político "imediato" se pedirem, assegurou Muñoz.
A presidente Michelle Bachelet considerou que a destituição da procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega, pela Assembleia Constituinte neste fim de semana "é mais um passo na fissura democrática vivida pelo país caribenho".
O chanceler peruano, Ricardo Luna, afirmou no domingo que espera que os ministros latino-americanos voltem a se reunir para abordar a situação na terceira semana de setembro em Nova York, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas.
Além de sofrer com uma severa escassez de alimentos, remédios e uma forte inflação, a Venezuela é sacudida há mais de quatro meses por uma onda de manifestações que exige a saída de Maduro, e que deixa 125 mortos.