Agência France-Presse
postado em 07/08/2017 15:44
O presidente do Equador, Lenín Moreno, pediu nesta segunda-feira (7/8) que casos de corrupção registrados no país - como os subornos da brasileira Odebrecht, que teriam chegado até à vice-presidência - sejam alvo de sanções.
"Não vamos permitir sob nenhuma circunstância a interrupção das investigações que levem, por fim, a punir os que espoliaram os recursos do país", disse o mandatário em uma cerimônia pública de mudança da guarda presidencial.
Diante de centenas de simpatizantes na praça da Independência, em frente à sede do governo no centro colonial de Quito, Moreno afirmou que "não vamos permitir que a corrupção domine o país".
[SAIBAMAIS]O Ministério Público investiga a trama de pagamento de propinas pela Odebrecht, após a revelação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em dezembro passado, de que a empresa pagou, entre 2007 e 2016, cerca de 33,5 milhões de dólares a funcionários equatorianos.
O vice-presidente Jorge Glas, acusado pela oposição de envolvimento em outros casos de corrupção além deste, depôs no MP sobre a investigação, que já deixou dez presos no Equador, entre eles, um tio seu e um ex-ministro do ex-presidente Rafael Correa, antecessor e colega de partido de Moreno.
Contudo, a Justiça não indiciou Glas, que foi retirado por Moreno de suas atribuições após uma carta "rude" do vice-presidente, na qual repreendeu o mandatário, entre outros motivos, por ter se aliado com a oposição e cedido o controle dos veículos de comunicação públicos a empresas privadas.
"Nada nem ninguém vai evitar essa luta para conseguir que o Equador implante definitivamente a transparência, a lealdade, a honestidade", apontou Moreno no ato militar, em que conclamou seus seguidores a dizerem "não à corrupção, não aos corruptos".