Agência France-Presse
postado em 07/08/2017 17:37
O aumento das extrações de gás de xisto está ampliando também as exportações americanas, fazendo dos Estados Unidos um concorrente em potencial da Rússia no controle do mercado europeu.
As exportações da Rússia para a Europa são uma das bases da economia do continente e representaram 41% dos suprimentos no primeiro trimestre de 2017, de acordo com a Comissão Europeia.
Mas as sanções assinadas na semana passada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, devem afetar a produção russa.
Neste contexto, a produção de gás natural dos Estados Unidos tem subido mais rapidamente que o consumo desde 2005. O país deve se tornar um exportador líquido de energia até o ano que vem, de acordo com o Departamento de Energia.
[SAIBAMAIS]Até o ano passado, a única forma de exportar eram os gasodutos ligados ao México e ao Canadá e alguns navios saindo do Alasca.
Mas a Cheniere Energy inaugurou, no ano passado, o primeiro terminal de liquefação de gás natural no estado da Louisiana, de onde o gás é exportado em navios GNL, para transporte de gás. Desde então, cerca de 13% das exportações foram para a Europa.
Outros quatro projetos similares estão em andamento no Texas e em Maryland, tornando os Estados Unidos líderes globais deste tipo de construção, segundo relatório da Energy Ventures.
Apesar da expectativa do mercado de que as exportações americanas fossem destinadas à Ásia, onde os preços do gás são mais elevados, o produto tem chegado cada vez mais aos portos europeus.
"As exportações dos Estados Unidos estão indo sobretudo para a região do Mediterrâneo e começando a crescer na região norte da Europa e no Báltico", disse o analista Ira Joseph, da S Global Platts.