Agência France-Presse
postado em 09/08/2017 09:24
Nairóbi, Quênia - O presidente em fim de mandato, Uhuru Kenyatta, lidera com ampla vantagem as eleições no Quênia contra o seu opositor Raila Odinga, segundo os resultados parciais. A oposição já anunciou que rejeita os resultados. Dos 13 milhões de votos contabilizados pela Comissão Eleitoral (IEBC) - de um total 19,6 milhões de eleitores habilitados - o presidente Kenyatta, no poder desde 2013, recebeu 54,89% dos votos, contra 44,28% para Odinga, se impondo com uma vantagem de 1,3 milhão de votos.
No entanto, a oposição rechaçou os resultados parciais. Segundo o senador James Orengo, do partido Super Aliança Nacional (Nasa), os números anunciados carecem de validade por não estarem respaldados por documentos correspondentes da Comissão Eleitoral. O próprio Odinga denunciou à imprensa "resultados fictícios" anunciados pela Comissão Eleitoral. "O sistema fracassou, rejeitamos os resultados publicados até o momento". Para vencer no primeiro turno, um candidato deve obter a maioria absoluta e mais de 25% dos votos em pelo menos 24 dos 47 condados do país.
[SAIBAMAIS]Na noite desta terça-feira (8/8), a comissão eleitoral ainda não havia divulgado a porcentagem de participação. Outros seis candidatos de menor expressão estavam na disputa, mas os seus votos não representavam mais de 1% do total, de acordo com a parcial da Comissão Eleitoral.
"Entramos agora na fase mais crítica do ciclo eleitoral", advertiu à noite o diretor da IEBC, Wafula Chebukati, pedindo que os cidadãos sejam pacientes. "Quanto mais tarde anunciarem os resultados, mais nervosas ficarão as pessoas. A expectativa é muito alta em ambos os grupos, convencidos de que vão ganhar, e, portanto, será fundamental a forma como lidarão com essa expectativa", considerou Katherine Njoroge, eleitora de 39 anos que votou em Nairóbi.
Excetuando-se 20 mesas de votação na região de Turkana que ficaram com o acesso comprometido por conta das fortes chuvas e de alguns atrasos em sua abertura, a eleição ocorreu sem incidentes na maior parte das 41 mil seções eleitorais.
Também estão sendo eleitos governadores, deputados, senadores e representantes locais. Raila Odinga, de 72 anos, afirma que em 2007 teve a vitória roubada e rejeitou os resultados da eleição de 2013, antes da validação pela Suprema Corte.